Nos próximos dias termina o primeiro turno das eleições. Foram 400 mil candidatos e se gastou mais de R$1 bilhão, tudo financiado pelas grandes empresas nacionais e multinacionais.

Num debate televisivo na Band em Belo Horizonte, um jornalista fez uma pergunta a Vanessa Portugal, candidata da Frente de Esquerda Socialista, PSTU-PSOL, se era possível ganhar a eleição sem se vender ao esquema de financiamento empresarial.

O PSTU é o único partido que pode responder positivamente a essa pergunta. É o único partido no país inteiro que pode se orgulhar de não receber financiamento dos grandes empresários e que tem sua campanha financiada exclusivamente pelas doações de trabalhadores.

Na sociedade capitalista quem paga manda. O partido que é financiado pela burguesia perde toda a independência política e isso foi o que aconteceu com o PT, com o PCdoB e infelizmente começa a acontecer com o PSOL de Porto Alegre, com a aceitação da contribuição de R$100 mil doado pela Gerdau para a campanha de Luciana Genro. Infelizmente, nenhuma ação concreta foi adotada pelas outras correntes desse partido para reverter essa decisão do PSOL gaúcho. Ocorre que o MES (corrente à qual pertence Luciana) tem um peso expressivo na direção nacional do PSOL.

Participamos das eleições para divulgar o programa revolucionário
Nossa luta é para transformar radicalmente a sociedade, romper com o sistema capitalista, acabar com a propriedade privada e desenvolver a luta até acabar com o imperialismo. Por isso, não nos misturamos com nenhum setor da burguesia.

Os outros partidos, ao contrário, querem se eleger e chegar ao poder, não importa como. É o vale-tudo na política. Todos os partidos no Brasil, inclusive os supostos partidos socialistas e comunistas, se transformaram em meras máquinas eleitorais.

Nosso partido, ao contrário, não crê que a vida mudará pelas eleições. A luta entre as classes sociais é o que move a sociedade para adiante. Por isso, nossa prioridade sempre será a luta direta da classe trabalhadora e as eleições estão subordinadas a essa luta. Atuamos nelas para levar o programa revolucionário a milhões de pessoas. Não rebaixamos nosso programa para eleger candidatos. Não buscamos o caminho fácil das promessas eleitorais. Dizemos a verdade de cara, mesmo que isso signifique perder votos.

Um partido que não se rende nem se vende
O PSTU não se vende. Poderíamos ter ministros no governo Lula, buscar coligações com o PT para eleger parlamentares. Poderíamos receber doações de empresários para fazer uma campanha rica, contratar milhares de cabos eleitorais pagos.

Nosso partido se orgulha de ter remado contra essa maré e ter se mantido como verdadeiro partido socialista. Todos os partidos reformistas passaram para o lado da burguesia. Antigos comunistas, socialistas, stalinistas e ex-guerrilheiros trocaram as barricadas pelos palácios governamentais.

Centralismo democrático
O que permite manter um partido revolucionário é o funcionamento em base ao centralismo democrático, em que todas as decisões fundamentais são tomadas em congressos ou reuniões partidárias. Nessas ocasiões a minoria se subordina à maioria e a base controla seus dirigentes. As decisões são precedidas por um amplo debate democrático, o que inclui obviamente o pluralismo de opiniões diferentes se expressando livremente. Mas, depois de decidida uma posição, todos a aplicam até o próximo congresso ou reunião em que o balanço das decisões seja feito e uma nova posição venha a ser tomada.

Ao contrário, os partidos eleitorais tipo PT ou PSOL funcionam sob uma aparente democracia interna, sem nenhum centralismo. Mas, na verdade, os parlamentares decidem tudo. A posição pública desses partidos é a defendida por seus parlamentares, que são os únicos que têm acesso à grande imprensa.

Eles (e governantes, no caso do PT) defendem suas próprias posições e não aquelas definidas pelo conjunto do partido. Quer dizer, os militantes de base desses partidos não têm nenhum poder de decisão. Os congressos podem, inclusive, votar por uma determinada posição e isso não ser sequer conhecido publicamente, na medida em que os parlamentares tenham outra posição.

O PT, por exemplo, votou em seu congresso antes da posse de Lula um programa contrário ao FMI. Lula, uma vez no poder, fez o oposto, como já sabemos. O PSOL votou em seu congresso uma resolução a favor do aborto. Heloísa Helena, sua principal figura pública, faz abertamente campanha contra o aborto, inclusive se aliando com setores de direita para isso. Os militantes de base nesses partidos servem para buscar votos nas eleições, mas não têm nenhum poder de decisão e muito menos de controlar seus dirigentes e parlamentares.

Como exemplo prático de centralismo democrático, nosso último congresso votou uma resolução de combate ao machismo. Discutimos que não se pode ser verdadeiramente socialista se não lutamos contra toda opressão da mulher, dos negros, dos homossexuais e dos imigrantes.

Nos orgulhamos de que a maioria das nossas candidaturas nas capitais sejam encabeçadas por mulheres. Vera Guasso em Porto Alegre, Joaninha em Florianópolis, Vanessa em Belo Horizonte, Vera em Aracaju, Kátia Telles no Recife. Essas mulheres revolucionárias assumirão, junto com o partido, a luta contra o machismo na sociedade e no interior do partido.

Entre para o PSTU, venha fazer a história junto conosco
Até aqui mantivemos essa bandeira sem manchas. Agora necessitamos de você para continuar essa luta. Precisamos da disposição revolucionária da juventude, precisamos aumentar a participação de operários industriais no nosso partido.

Entre no nosso partido. Aprenda com ele a revolucionar a sociedade, a lutar pelo socialismo, imprima sua personalidade na luta. O partido precisa de você. A revolução é uma tarefa de milhões de trabalhadores e jovens.

Você está herdando uma bandeira vermelha que tem mais de 150 anos, uma bandeira sem manchas, da cor da luta, da cor do trabalhador, da cor do socialismo!

Nossa próxima tarefa é transformar essa bandeira revolucionária na bandeira de milhões de trabalhadores do Brasil, da América Latina e do mundo!

Post author Nazareno Godeiro, de Belo Horizonte (MG)
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