O desenvolvimento do capitalismo e da globalização deixaram suas marcas no campo brasileiro. O chamado agronegócio é produto deste desenvolvimento. O agronegócio sucede o latifúndio ocupando as áreas com a produção de grãos. Isso não significa que o agronegócio seja um modelo oposto ao velho latifúndio coronelista. Como define o Atlas da Questão Agrária Brasileira, de autoria do geógrafo Eduardo Girardi, “o agronegócio atua de forma cooperativa com o latifúndio, que é responsável pela apropriação fraudulenta e/ou injusta da terra e pela destruição da floresta em parceria com madeireiras e carvoarias, sendo associado a este processo uma pecuária bovina extremamente extensiva”.

Este modelo agrícola neoliberal se caracteriza pela concentração de terras, domínio tecnológico das grandes corporações, prejuízo dos pequenos agricultores, financiamento aos grandes, incentivo à monocultura, degradação ambiental e aumento da pobreza.

A maior parte da produção é exportada, inclusive, para alimentar rebanhos nos países imperialistas, enquanto que no Brasil a fome castiga mais de treze milhões de seres humanos.

O agronegócio é um sistema também caracterizado pela diminuição do controle da produção pelo agricultor. O caso das sementes geneticamente modificadas (os transgênicos) ilustra bem como isso funciona. A produção de novas técnicas é dominada por essas corporações. Isso faz com que os agricultores se tornem dependentes dos transgênicos e de insumos fornecidos por um punhado de corporações multinacionais. O pequeno agricultou pode até produzir no interior do agronegócio. Mas ficará refém de todo esse sistema de produção controlado pelas das transnacionais.

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