As eleições de 2008 foram marcadas pelo continuísmo. Tanto o bloco formado pelo PT e a base governista quanto a oposição de direita, capitaneada pelo PSDB e DEM, beneficiaram-se da conjuntura de crescimento econômico nos últimos anos. Isso fez da taxa de reeleição a maior da história.

Mas os dois blocos investiram pesadamente em promessas eleitorais. Cada candidato tentou se firmar como um “bom administrador”, que realiza mais obras.

A palavra “crise” não apareceu em nenhuma de suas propagandas da TV. Se para o governo era bom esconder a fragilidade do país diante da crise, tampouco para a oposição de direita era um bom negócio deixar de lado as promessas de um mundo de fantasias e falar a verdade.

A realidade, porém, falou mais alto e a crise chegou. Aos poucos, vai ruindo o estelionato eleitoral erguido nesses meses de campanha. Em São Paulo, o prefeito reeleito Gilberto Kassab já afirmou que vai cortar o Orçamento em 2009, diante da previsão de queda da receita. No Rio, Eduardo Paes (PMDB) prometeu 40 novos ambulatórios médicos, que custariam R$ 2,4 bilhões. Na semana após a sua eleição, o jornal “O Globo” mostrou como essa e outras promessas dificilmente serão cumpridas, em meio à crise e ao déficit atual no orçamento do município.

Os que se beneficiaram do crescimento econômico serão os mesmos que atacarão os trabalhadores numa conjuntura de recessão, que se desenha a passos largos.

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