Ato do 8 de março em São Paulo. Foto Romerito Pontes
Redação

Trabalhadores preparam grande dia de paralisação e luta para o próximo dia 15 contra a reforma da Previdência

As mobilizações do 8 de março, Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora, foram as maiores em muitos anos. Além de grandes manifestações em várias partes do país, houve paralisações atendendo ao chamado da greve mundial, como em fábricas da região do Vale do Paraíba, fato inédito nesta data.

Além de um ascenso na luta das mulheres, o 8 de março no Brasil refletiu a indignação do povo e a disposição de luta contra o governo Temer e seus ataques, em especial a reforma da Previdência, um dos pontos mais levantados nos protestos. Cresce cada vez mais o ódio a esse governo atolado em casos de corrupção e ao Congresso Nacional que, a cada dia, mostra-se um bando de representantes da empreiteira Odebrecht.

As paralisações e protestos que marcaram o 8 de março fortalecem a construção do dia 15, Dia Nacional de Lutas e Paralisações contra as reformas, definido pelas centrais sindicais. E pelos preparativos que já ocorrem em várias partes do país, tudo indica que será muito forte.

A preparação do dia 15 em São Paulo foi realizada nesse dia 9 e contou com a presença de diversas entidades, centrais e sindicatos, e expressou essa efervescência que ocorre nas bases das categorias. Teremos uma forte paralisação de setores operários, com a paralisação de metalúrgicos da Zona Sul e das principais fábricas das demais regiões.

Terá paralisação ainda dos transportes (metroviários aprovaram indicativo de paralisação no dia) e de professores públicos (tanto professores da rede estadual quanto municipal definiram paralisação com indicativo de greve). Servidores públicos como os municipais, federais, e da Justiça federal, também cruzarão os braços.

A paralisação deve atingir também os trabalhadores dos Correios e bancários. O movimento popular organizado no Movimento Luta Popular planeja manifestações em avenidas e estradas.

Em São José dos Campos (SP), os metalúrgicos também vão parar e tudo indica uma forte adesão de toda a categoria, além dos operários químicos.

Parte da convocação, as entidades definiram inserções nas rádios, panfletagem e carros de som nos bairros e portas de fábricas. No dia 15, além das paralisações, haverá um grande ato unificado às 16h na Avenida Paulista, com concentração em frente ao MASP.

Já no Rio de Janeiro se prepara uma grande paralisação envolvendo principalmente os professores das redes estadual e municipal, servidores da saúde que já estarão em greve, além dos funcionários das universidades

Em Fortaleza haverá paralisação da Construção Civil, os professores da estado e município, além de servidores da base do Andes (universidades públicas) e da Fasubra (técnicos administrativos das universidades públicas). Os rodoviários também indicaram paralisação parcial. As entidades envolvidas no dia 15 programam um ato unificado na Praça da Bandeira às 9h.

O dia 15 deve marcar também Natal, com possível paralisação dos bancários, paralisação parcial de rodoviários, paralisação dos trabalhadores dos Correios, servidores da Saúde estadual e municipal, agentes penitenciários e policiais civis, além de servidores públicos das três esferas.

Em Minas Gerais, as entidades estão discutindo o dia 15 e as ações, mas já foi definida a paralisação da educação estadual e municipal, do metrô, além dos operários da Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil).

As assembleias que estão discutindo o dia 15 estão em geral lotadas, mostrando uma grande disposição dos trabalhadores de parar e ir à luta. “A educação básica deve parar em todo o país. há setores de metalúrgicos que estão se unificando, como em Santa Catarina, do próprio Rio Grande do Sul, no Paraná, e estão convocando a mobilização e a resistência, a Construção Civil do Pará, há uma indignação de toda a classe, e isso varre de Norte a Sul desse país“, afirma Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

É necessário que, sendo um trabalhador gari, um professor, ou o trabalhador de uma montadora, da construção civil, somos uma só classe, e ter a certeza que nós juntos, vamos construir uma Greve Geral para botar para fora toda essa canalha de Temer e esse Congresso da Odebrecht“, afirma Lopes.