O movimento pelo “Fora Cabral” cresce a cada dia.  O governador do Rio de Janeiro amarga a pior popularidade entre os governadores do país, com 12% de aprovação segundo pesquisas.  E não é para menos. Nem a presença do Papa, que cumpriu um papel importante de desviar as atenções, diminui o ódio pelo governador.  
Até os moradores do bairro do Leblon, da alta classe média do Rio, exigem a mudança do governador depois que a polícia lançou engradados de gás lacrimogêneo contra uma manifestação em frente ao edifício de Cabral.
As manifestações pelo “Fora Cabral” prosseguiram e não só Rio de Janeiro, mas, inclusive, em outros estados. Em São Paulo, no último dia 26, um grupo de manifestantes realizou um ato em apoio ao “Fora Cabral” na Av. Paulista.  Outros protestos estão sendo marcados pelo Facebook em todo o país. 
 
O governador fanfarrão 
O governador do Rio é alvo de inúmeras denúncias de corrupção, favorecimento a empresários, como foi o caso do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta, empresa que estava no centro das investigações da CPI do bicheiro Cachoeira. Ficaram famosos os vídeos e as fotos de Cabral jantando com o empresário em um luxuoso restaurante em Paris. 
Também ficou claro que o governador não abre mão das mordomias. Chegou a utilizar helicópteros para transportar a babá e seus cachorros, junto com a sua família, para a sua mansão em Mangaratiba, em Angra dos Reis. Também foi questionado pela utilização do helicóptero para se deslocar para o Palácio Guanabara, um trecho de dez apenas quilômetros. Questionado sobre as mordomias o governador soltou: “Não sou o primeiro a fazer isso no Brasil. Outros fazem também”. 
Porém, a pérola-mor de Cabral foi quando culpou “organizações internacionais” pelos crescentes protestos que vêem enfrentando. Algo típico de um governador pra lá de fanfarrão. 
 
Cabral ditador 
Contudo, o questionamento a Cabral se ampliou quando o governador fanfarrão vestiu outra roupagem que lhe cai bem: a de repressor dos movimentos sociais. A palavra de ordem “Cabral ditador” se ampliou como nunca. 
Durante a visita do Papa, no último dia 23, um vídeo no Youtube mostrou um homem, com camisa preta, atirando um coquetel molotov na polícia. Em seguida, ele corre com outro sujeito  para dentro da barreira policial. Um deles grita e se identifica como polícia, “aqui é polícia, porra“. Ficou clara a tática de Cabral em infiltrar policiais nas manifestações para que ajam como provocadores. Até mesmo a Rede Globo teve de noticiar a presença de policiais infiltrados. 
A polícia do ditador Cabral tinha um plano traçado: infiltrar provocadores dentro das manifestações para jogar a opinião pública contra elas e incriminar manifestantes. Mas nem tudo saiu como o governador imaginava. 
Além disso, Cabral-ditador agora criou a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (CEIV). Segundo ele, a comissão investigará os manifestantes, ou seja, criminalizará os movimentos sociais. Essa comissão poderia, inclusive, quebrar sigilos telefônicos e de internet no prazo de 24 horas, sem autorização expressa do poder judiciário. “Isso é um ataque ao direito de manifestação, isso é um ataque ao direito de organização é um ataque às liberdades democráticas”, explica Julio Anselmo, do DCE da UFRJ. Os protestos diante da proposta ditatorial obigaram Cabral a retroceder.
 
Pede pra sair!
A juventude e os trabalhadores do Rio têm um oportunidade de conquistar uma grande vitória e varrer o corrupto Cabral do poder.  Porém, é preciso dar um passo à frente e unificar as mais diversas lutas travadas contra o governador. É preciso unir a luta dos estudantes,  bombeiros, professores,  servidores estaduais, os moradores das favelas e todo o movimento social organizado no Fórum de Lutas, exigindo a saída de Cabral. Só assim o movimento pode ser vitorioso na luta pelo fim da PM, estatização dos transportes e instituição da tarifa zero. Agora é hora: Todos nas ruas pelo “Fora Cabral”!
 

Onde está o Amarildo?

Essa pergunta tomou o Brasil. O sumiço do pedreiro Amarildo, 47, pai de seis filhos, morador da Favela Rocinha, se espalhou pelas redes sociais. No dia 14 de julho ele foi visto pela última vez, sendo levado por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) para prestar depoimento. Amarildo morava em um barraco de um cômodo e ganhava apenas R$ 300 para sustentar sua família. Hoje, com o seu desaparecimento, sua família passa fome. Negro, pobre, pedreiro e favelado, esse caso tinha tudo para cair no esquecimento se não fosse os protestos nas ruas.  
Sabemos que essas UPPs, não estão mudando em nada a vida das comunidades. Trata-se de política de remoção a serviço do Capital. As mortes continuam, agora pelas mãos da polícia.  
“O sequestro de Amarildo por PMs mostra muito bem como o governador Cabral tarata os pobres. Esse é mais um argumento para a gente defender a saída do governador e colocar na ordem do dia discussão sobre a necessidade de se extinguir a Polícia Militar”, afirma Cyro Garcia, presidente do PSTU do Rio de Janeiro. 
 

 

Post author Da Redação
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