O governo Aécio Neves (PSDB), seguindo os passos do governo federal, apresentou o seu projeto de reforma da Previdência que, se aprovado, vai significar um ataque duríssimo aos servidores mineiros. Entre as propostas estão taxar os servidores inativos, quebrar a paridade de vencimentos entre aposentados e pessoal da ativa, reformar o IPSEMG (Instituto de Previdência dos Servidores), privatizar o serviço de saúde e impor uma idade mínima para aposentadoria – 55 e 60 anos – para mulheres e homens, respectivamente.

O governo tucano também pretende instituir uma avaliação de desempenho que pode levar à exoneração do servidor. Ainda por cima, acaba com o regime jurídico único, impondo a contratação somente pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), acaba com o Estatuto do Servidor e suspende o concurso público, que já tem milhares de aprovados à espera da posse.

O funcionalismo público está em luta contra essa reforma. Na vanguarda estão os 230 mil profissionais da Educação estadual. A categoria vem realizando fortes paralisações por tempo determinado. A última foi nos dias 10 e 12 de junho, coincidindo com a ida da caravana a Brasília contra a reforma da Previdência.
A próxima assembléia será no dia 17 e pode votar a greve por tempo indeterminado.

Existe disposição de luta entre os trabalhadores – a última assembléia contou com sete mil –, mas a direção do Sindicato, vinculada à Articulação, não aposta na mobilização para derrotar o projeto tucano e tem negado a palavra para os membros da oposição nas assembléias. Os dirigentes não querem vincular a luta contra a reforma de Aécio às mobilizações contra a reforma de Lula. Aliás, ficaram em uma saia justa: Lula deu apoio a Aécio, que, de imediato, orientará a bancada tucana a votar a favor da reforma da Previdência no Congresso Nacional e quer o apoio do bloco PT/PC do B na Assembléia Legislativa, para sua reforma.

Post author Cacau,
de Belo Horizonte (MG)
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