O Presidente do Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos (IDDH), João Tancredo, foi vítima de um atentado, a tiros no último sábado, 19 de janeiro, quando retornava de uma reunião com moradores do bairro de Vigário Geral, onde apurava a ocorrência de mais uma chacina contra jovens.

Foram disparados quatro tiros na altura de sua cabeça. Ele somente escapou com vida por que seu carro é blindado. O curioso é que, menos de dois minutos após a tentativa de assassinato, chegaram ao local duas viaturas da Polícia Militar.

João Tancredo foi quem, em nome da OAB-RJ, denunciou a chacina do Morro do Alemão, sendo, inclusive, ameaçado de morte naquela ocasião. Foi exonerado da presidência da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ por divergências com o presidente da OAB-RJ, que desautorizou as denúncias apresentadas publicamente, sendo que a maioria absoluta dos integrantes e entidades que compunham a referida Comissão renunciou em solidariedade a sua corajosa atitude. As denúncias foram todas posteriormente confirmadas.

Atualmente, João Tancredo se dedica à organização do IDDH, em que a Conlutas está representada através do advogado Aderson Bussinger Carvalho, como secretário-geral do órgão. O presidente do PSTU-RJ, Cyro Garcia, esteve presente no ato de fundação do IDDH, em dezembro de 2007, manifestando seu apoio à luta por direitos humanos e sociais.

As denúncias sobre as execuções em Vigário Geral fazem parte da programação de prioridades do IDDH, na defesa dos direitos humanos e contra a criminalização da pobreza.

Sem dúvidas, a presente tentativa de assassinato é política e sua denúncia deve ser também ser feita juntamente com a denúncia do atentado sofrido pelo PSTU, que teve sua sede nacional, em São Paulo, invadida na madrugada do dia 30 de dezembro passado. Nos dois casos, a polícia nada faz para responsabilizar os culpados.

Nos dois casos, trata-se de um ataque aos movimentos sociais, aos direitos humanos e a todas as entidades envolvidas nas lutas populares.