Adeus, amigo, irmão de sangue e camarada Álvaro Fernandes Sobrinho

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Cesar Neto

Álvaro era daqueles militantes com longa tradição. Ingressou na Liga Operária, lá por janeiro ou fevereiro de 1976. Ainda não tinha 18 anos. E fez parte de toda a tradição morenista, até chegar ao PSTU.

Nessa época, ele era bancário do Mercantil/Finasa. A oposição sindical bancária, com muita dificuldade, montou uma chapa e conquistou o sindicato para a luta. Talvez tenha sido o primeiro sindicato tomado dos pelegos por uma chapa com perfil classista. E lá estava o Álvaro, quase um menino.

Depois disso, trabalhou e militou na construção civil de São Bernardo do Campo e, ao ficar desempregado, fez parte de um grupo de militantes da Convergência Socialista que se mudou para Belo Horizonte e Contagem, em Minas Gerais.

Nos últimos anos, participou pouco da vida ativa do partido, mas era um soldado para todas as horas.

Ultimamente, andava muito feliz com seu casamento com a Elizete. Na pandemia, restabeleceu contato com o filho Vladimir e sempre falava do Leon, seu outro filho.

Há menos de uma semana, apresentou os primeiros sintomas da Covid. Foi internado, intubado, na última sexta-feira, mas não resistiu à falta de vacina, à falta de uma política de Estado em defesa da vida. Não resistiu à longa espera por uma UTI.

Você, Álvaro, sabia e nós sabemos, que o capitalismo mata. Nas lutas, sempre, lembraremos teu nome como vítima do genocídio que está sendo cometido no Brasil.

Até o socialismo sempre.