CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Índios da etnia Akroá-Gamella resistem em frente à sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) em São Luís (MA) e lutam pelo direito de se manifestar. Desde o dia 6 de novembro, cinco povos indígenas protestam em frente à autarquia com a exigência de que suas terras sejam demarcadas. Permanecem na sede da Funai indígenas Akroá-Gamella, Krenyê e Tremembé. No entanto, em uma demonstração de total de falta de diálogo, no sábado (11), os manifestantes foram surpreendidos por um aviso de reintegração de posse levado por agentes da Polícia Federal.

Em entrevista ao portal Cimi, Kum’tum Akroá-Gamella salientou que ordem é para ser cumprida no prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que não está ocupado ou interditado pelos indígenas. Desde o final da tarde de quinta-feira (9), os portões estão liberados. Por isso, ninguém assinou o ofício de comunicação do despejo.

Kum’tum salientou que na quinta-feira, depois da segunda rodada de negociações com a Funai, os indígenas  liberaram o portão de acesso. “Cumprimos nossa palavra tão logo nossa pauta teve algum avanço. Na sexta os funcionários do Incra não entraram porque não quiseram. Decidimos permanecer na Funai porque desejamos voltar para o nosso território com a portaria publicada, mas está tudo em aberto e estamos aqui na casa de todo indígena”, relatou.

Segundo a liderança, os índios prometem não sair até que seja publicada a Portaria de criação do GT para identificação e Demarcação da terra tradicional e assinada, conforme prometido pela coordenadora regional da Funai, a Declaração de Atividade Rural a Aldeli Ribeiro, indígena que teve mão decepada no dia 30 de abril.

O advogado Waldemir Soares Júnior, que integra a CSP-Conlutas, acompanha o caso e está tentando negociar com o Incra em Brasília para que a autarquia garanta aos indígenas o livre direito de manifestação. “Manifesto meu repúdio ao pedido de reintegração de posse feito pelo Incra do Maranhão contra a etnia Gamella que luta por seus direitos. Nós,  da CSP-Conlutas estamos buscando negociar com o Incra para garantir livre acesso e luta por direitos da etnia Gamella”, salientou Waldemir.

Até o presente momento não foi deferida a ordem de reintegração de posse no processo movido pelo Incra/SR 12.

Com informações do Cimi