28 de abril foi Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. É preciso responsabilização civil e criminal das empresas que mutilam e matam seus trabalhadoresEm todo o mundo, milhões de trabalhadores se acidentam e centenas de milhares morrem no exercício do trabalho a cada ano. Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrem anualmente no mundo cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho, além de aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Dos trabalhadores mortos, 22 mil são crianças, vítimas do trabalho infantil. Ainda segundo a OIT, todos os dias morrem, em média, cinco mil trabalhadores devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.

No Brasil, os números também são alarmantes. O Anuário Estatístico da Previdência Social no ano de 2004 registrou 465.700 acidentes de trabalho no país. De lá pra cá, o número só vem crescendo. Foram 499.680 acidentes, em 2005; 503.890, em 2006; 659.523 casos, em 2007; 755.980, em 2008; e em 2009 (última publicação), foram registrados 723.452 casos.

No país, por ano, são registrados cerca de 3.000 mortes por acidente de trabalho, o que corresponde a uma morte a cada três horas.

Mutilação diária
Os números assustam, mas a situação é ainda mais grave. Isso porque, os dados são subnotificados pelas empresas que escondem acidentes e casos de doenças ocupacionais, para não pagar impostos.

Dentro das fábricas e nas obras, o ritmo alucinante de trabalho mutila diariamente os trabalhadores. A precarização e a terceirização agravam ainda mais a exploração e faz crescer as doenças ocupacionais. Entre estas doenças, as mais comuns são LER/DORT(Lesões por Esforço Repetitivo e Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalhado).

Nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo Dilma, os trabalhadores estão submetidos a situações humilhantes e de semiescravidão, o que levou as revoltas em Jirau, Santo Antonio e outras. Apenas nas obras do PAC já foram 48 mortes em acidentes de trabalho.

O governo Dilma, a saúde e a segurança dos trabalhadores
As empresas não investem em prevenção. Para elas prevenir é aumentar os seus custos. Por outro lado o governo do PT continuou o desmonte feito na área da saúde e segurança do Ministério do Trabalho iniciada no governo FHC. O governo não dá atenção à saúde dos trabalhadores e os acidentes continuam crescendo. Os cortes de 50 bilhões no orçamento da União vão precarizar ainda mais estas áreas. Faltam fiscais e condições de trabalho.

O INSS é uma tortura para o trabalhador que acidenta. Muitas vezes, através da alta programada, tem que retornar ao trabalho sem condições físicas ou psicológicas e a empresa não aceita o seu retorno. Fica sendo jogado de um lado para outro e muitas vezes ficam meses sem receber salário, pois a empresa e o INSS se recusam a pagá-lo.

Somente a mobilização dos trabalhadores é capaz de reverter essa situação. O trabalho é um meio de vida, não um meio de morte. A sede de lucro dos capitalistas está levando a classe trabalhadora a destruição. É uma verdadeira guerra aos trabalhadores. É preciso exigir investimentos em prevenção nas empresas. Exigir do governo Dilma o fim dos cortes no orçamento e sua aplicação na saúde e segurança dos trabalhadores. Exigir o fim da alta programada. Os trabalhadores também o direito de recusar a realizar um serviço que atente contra a sua integridade física.

Devemos exigir a responsabilização civil e criminal das empresas que mutilam e matam seus trabalhadores. É importante a organização no local de trabalho através das comissões de fábrica, CIPAS, delegados sindicais e grupos de fábrica para que os trabalhadores organizados possam caminhar no sentido do controlar a produção, diminuir o ritmo de trabalho para garantir a saúde e a sua segurança. Portanto, 28 de abril é dia de luta!

Saiba mais
História da data

A data em memória às vitimas de acidentes de trabalho, 28 de abril, surgiu no Canadá por iniciativa do movimento sindical, espalhando-se por diversos países, por meio de sindicatos, federações, confederações locais e internacionais.

O dia foi escolhido em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, no ano de 1969. A Organização Internacional do Trabalho (OIT), desde 2003, consagra este dia à reflexão sobre a segurança e saúde no trabalho. No Brasil, a data foi instituída como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho em maio de 2005, pela Lei nº 11.121.

Companheiro Martinho, Presente!
Martinho era ativista do Sindicato dos Metroviários de BH e antigo militante do PSTU. Iniciou sua militância na CS (Convergência Socialista) em 1978 combatendo o regime militar. Em novembro do ano passado foi vítima de um acidente de trabalho e faleceu. Era maquinista e ao final de sua jornada de trabalho foi atropelado por uma locomotiva. Sua morte causou uma enorme comoção e manifestações de solidariedade. A maneira dos socialistas homenagearem Martinho é continuar sua luta contra a exploração capitalista, relembrar nossos mortos e seguir a luta pela vida e pelo socialismo.
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