Debate reuniu dirigentes de várias entidades sindicais

Na noite desta segunda-feira, 26, cerca de 150 pessoas estiveram na quadra do Sindicato dos Metroviários de São Paulo para assistir ao debate sobre o projeto de

Altino Prazeres falou em seguida, agradecendo a disposição do SMABC em participar do debate. Ele lembrou que o ACE não é uma novidade. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) já havia apresentado uma proposta muito semelhante, que colocava o acordado acima do legislado. Ele lembrou o famoso episódio em que FHC chamou os brasileiros de “caipiras”.

Depois, o governo Lula também apresentou um projeto de Reforma Trabalhista e Sindical, a PEC 369, que também não foi adiante. Agora, a proposta vem pelas mãos do SMABC, principal sindicato cutista.

Altino ressaltou que mesmo hoje a CLT já garante que haja acordos acima da lei e proíbe acordos abaixo dela. Ele apresentou frases de empresários e representantes da burguesia nacional elogiando o ACE. “Por instinto, eu já ficaria com o pé atrás”, disse.

“Qual é a garantia para o trabalhador?”. Para ele, as empresas vão exigir sacrifícios dos trabalhadores e pressioná-los, vão “ameaçar fechar a fábrica, vai pressionar e aprovar [acordos rebaixados]”. Falou, ainda, que cada derrota dos trabalhadores vai servir como referência para que mais e mais empresas façam os mesmos acordos.

Ele deu o exemplo da Europa, onde os trabalhadores e a juventude estão em luta contra a flexibilização de direitos. “Não tem maneira de dobrar o patrão na conversa mole. Na vida real, é mobilização, um lado ganha, o outro perde”, disse.

Para Altino, que já fez parte da CUT, esta central mudou ao longo dos anos, passando a ter uma política de conciliação de classes. “Nós somos daqueles que defendem a transformação da sociedade numa sociedade socialista”, contrapôs, “Não acredito nas multinacionais, eles não são nossos parceiros”.

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