Atentado foi um dos piores desde o início da ocupação. Baixas do exército de Bush já chegam a quase 2 milMorrer por uma causa nobre. Assim o presidente norte-americano encara as baixas de seu exército no Iraque e no Afeganistão. No entanto, o discurso de que os soldados estariam servindo à construção da democracia nestes países já não encontra entre a população dos EUA o mesmo eco. E, para complicar a situação do imperialismo, a imposição de governos fantoches por meio de eleições fraudulentas não tem funcionado como o imaginado. Ao contrário, a resistência dos ocupados só aumenta.

Nesta quarta-feira, 3 de agosto, o exército norte-americano sofreu o segundo pior ataque dos rebeldes iraquianos desde o início da ocupação, em março de 2003. Uma bomba explodiu quando um comboio militar passava por uma estrada em Haditha (que fica na província de Al Anbar, bastião da resistência, onde estão as cidades de Fallujah e Ramadi) e matou 14 marines. O grupo da resistência chamado Ansa al Suna, que assumiu o atentado, revelou na quinta-feira que foram, na verdade, 25 mortos. Segundo eles, os norte-americanos teriam divulgado um número menor para minimizar o impacto do atentado.

O pior ataque aos soldados ianques ocorreu em dezembro de 2004, quando 22 pessoas morreram em Mosul, entre elas 14 norte-americanos. Se o número de 25 vítimas em Haditha estiver correto, o atentado desta semana terá sido o pior para o exército invasor.

Considerando apenas o número de 14, já são 1.828 os soldados de Bush mortos em pouco mais de dois anos de ocupação. A situação torna-se cada vez mais insustentável perante a população dos EUA, que não se convence mais da necessidade de enviar seus jovens para morrer em nome de uma suposta democracia, que encobre a ganância de Bush e sua corja pelo petróleo iraquiano. Recente pesquisa realizada pelo jornal USA Today, a rede CNN e o instituto Gallup mostrou que 58% duvidam que a ação de Bush instaure de fato a democracia no Iraque e 51% acham que foram enganadas pelo governo quanto às justificativas para a guerra.

A pressão popular se reflete na postura de alguns parlamentares, que começam a exigir de Bush uma data precisa para a retirada das tropas. Até o general George Casey, chefe das tropas no Iraque, admitiu que a insurgência está cada vez mais “forte e ativa”. Mas Bush prefere continuar ignorando a opinião pública, e disse que não antecipará a retirada – segundo ele, marcar uma data para que os soldados deixem as operações por conta do exército iraquiano serviria para o inimigo “ajustar suas táticas”. Para ele, a melhor forma de honrar os marines mortos esta semana é intensificar os ataques contra os insurgentes e preparar os soldados iraquianos.

Enquanto insiste em alterar a correlação de forças por meio de mais violência contra os iraquianos, Bush, Blair e aliados apostam mais uma vez nos mecanismos da democracia burguesa para domesticar o país. O parlamento serviçal deve elaborar uma constituição e, em seguida, realizar novamente eleições. Vencer a resistência e estabelecer um governo submisso aos seus interesses, bem como um exército local confiável para reprimir com eficácia qualquer revolta, é tudo o que o imperialismo deseja. Só assim ele deixará o Iraque com a satisfação da missão cumprida e a garantia de que a rapina dos recursos iraquianos não terá imprevistos.

Mas a resistência dos bravos lutadores iraquianos pela soberania de seu país não dá sinais de que irá se dobrar facilmente. Eles têm enfrentado com audácia os soldados invasores e os iraquianos (os colaboracionistas), além das novas autoridades impostas pelo imperialismo.