Nas últimas décadas houve uma tomada de consciência em nível mundial sobre a gravidade dos desequilíbrios ambientais, ao se combinarem alterações climáticas evidentes com os alertas disparados pela comunidade científica e os últimos relatórios do IPCC.

Diante da catástrofe ambiental, é bastante comum ver as ONGs, a grande mídia e alguns ambientalistas levantarem falsas alternativas, como, por exemplo, de que a destruição ecológica é fruto do nosso consumismo, da nossa falta de educação. Como saída apontam soluções individuais “cidadãs”: plantio de árvores, moderação do consumo de água, etc. A intenção é clara: responsabilizar os indivíduos para redimir o sistema capitalista, esse sim o maior consumidor dos recursos naturais.
Em primeiro lugar, o consumismo (como forma de valorização individual e prestígio social) é estimulado pelo próprio capitalismo. E, o que é decisivo, não são os indivíduos os responsáveis pela destruição ecológica. Suponhamos que a maioria dos habitantes do planeta adotasse medidas “ecologicamente corretas” no seu dia-dia. Ou ainda que os países pobres diminuíssem drasticamente a destruição ambiental.

De nada adiantaria tais esforços, pois são os países imperialistas e as multinacionais que tomam as decisões políticas que levam à destruição ambiental em grande escala. É como apontar como grande solução para os habitantes de uma cidade como Cubatão (com uma poluição brutal determinada pelas indústrias da região) que evitem jogar lixo no chão. É correto não jogar lixo nas ruas, mas para mudar a cidade, é preciso impedir que as grandes empresas joguem todos os dias toneladas de poluentes na atmosfera.

Não são os indivíduos, mas as grandes empresas capitalistas e o imperialismo que definem quais são as forma de produção e as atuais fontes de energia que liberam o CO2 na atmosfera. Ao controlar o mercado mundial, são eles que tomam as decisões políticas que levam à destruição ambiental: definem a utilização de agrotóxicos e transgênicos na produção de alimentos; a destruição de ecossistemas para seus empreendimentos; planos econômicos que geram miséria e ampliam a favelização e habitações precárias, sem serviços sanitários ou de qualquer outro tipo. As embalagens PET, por exemplo, que levam mais de cem anos para se degradar na natureza, elevaram o lucro das empresas ao eliminar o gasto na conservação e limpeza das garrafas antigas. Os bilhões de monitores e baterias de celulares, cada vez mais descartáveis, produzem montanhas de lixo altamente tóxico.

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