Jean Menezes

Acabei de enterrar meu melhor amigo. Meu maior camarada, Marcos Rodrigues. Escrevo com o coração dilacerado e uma dor absoluta. Lutou até o último suspiro contra vários vírus: Covid, Bolsonaro, reformismo, stalinismo, burguesia … Assassinos e hipócritas em geral.

Marcos é trotskysta e ateu, coerente, foi assim até o fim da vida. De um amor incrível, de um “coração” mole, mas de princípios sólidos, jamais capitulou com nossa classe. É nosso camarada que continuará vivendo em cada um dos trabalhadores, em cada um que amou. Mesmo entre os hipócritas, meu camarada Marcos viverá, como uma referência amarga (vivam com isso!).

Uma geração inteira, direta ou indiretamente, esteve e está sob influência do Jornal Brado Informativo. Não cremos em vida que não seja esta, aqui e agora, mas acreditamos na luta dos sobreviventes contra esta burguesia nefasta.

Ao observar seu caixão, ao lado de outros amigos e camaradas tão queridos, observava também que os últimos cuidados que recebeu seu corpo, ali… Foi o de um operário da construção civil que selava seu sepulcro com maestria, cuidado e perfeição. Até ali, a classe operária se fez presente, representada pelo pedreiro que trabalhava.

Meu camarada não era só meu, era amigo e camarada de muitos outros que agora também choram. Marcos jamais desistiu da organização da classe trabalhadora e até o fim defendeu a organização do Partido Revolucionário. Jamais rompeu com a LIT, por isso enterramos ele com a camiseta do PSTU. Esse era o partido do Marcos.

Nosso camarada não está mais aqui para fazer a crítica presencialmente, mas está eternizado em nossas mentes como um trosko de verdade!

Que o mais devastador ódio cresça nos corações dos sobreviventes
(Marcos Rodrigues)

Nós somos os sobreviventes! Morte à elite!

Marcão, presente!