Nos anos 70 e 80, a região do ABC paulista foi o principal cenário da reorganização do movimento operário e popular brasileiro. Ali, toda uma geração esteve à frente das greves metalúrgicas, contra a ditadura e o arrocho. Diante dos sindicalistas pelegos, foi preciso construir novas ferramentas, como oposições e a CUT.

Hoje é a CUT e o PT que não servem mais. Estão atrelados a outra ditadura, a do mercado. Atuam contra os trabalhadores, para derrubar seus direitos e enfraquecer suas greves. Por isso, os ativistas do ABC novamente estão buscando alternativas para suas lutas e contruindo o Congresso Nacional dos Trabalhadores, o Conat.

As reuniões para eleger os delegados ao congresso têm ocorrido em diversas categorias. Ao todo, foram mais de 400 pessoas: metalúrgicos da oposição, professores da Oposição Alternativa, servidores de Santo André (cujo Sindicato recentemente se desfiliou da CUT, em um plebiscito), de São Bernardo do Campo e de Mauá.

No dia 13 de abril, foram eleitos os delegados da Volkswagen. A reunião contou com a presença de 22 trabalhadores, entre eles seis diretores do Sindicato, cinco membros da Comissão de fábrica e vários ativistas da última greve. Após a eleição dos delegados, foi aprovada uma moção pela Frente Classista, com um voto contrário e uma abstenção. Para a constituição da frente, entre PSOL, PSTU e PCB, foi ressaltada a necessidade de um programa classista e que essa frente tem que respeitar o peso dos partidos e setores que nela participem.

`AssembléiaO debate não está ocorrendo apenas nos locais de trabalho. Na Associação de Moradores Oeste de Diadema, a assembléia reuniu mais de 200 pessoas, com uma forte presença de metalúrgicos e servidores do município. Os estudantes da Fundação Santo André também irão se fazer presente no Conat e no Encontro Nacional de Estudantes (ENE). Uma assembléia na Fundação irá eleger noves delegados ao congresso.