Nós, estudantes da Universidade de São Paulo, estamos em greve e ocupados na reitoria durante 20 dias, lutando contra os inconstitucionais decretos do governador do estado de São Paulo, que tiram a autonomia das universidades e direcionam suas pesquisas de acordo com as demandas do mercado. Os interesses sociais distanciam-se mais e mais.

Além de autoritárias, as medidas impostas refletem a política neoliberal para a educação superior. Lutamos para que essa política que já sucateou/privatizou os transportes, a saúde, o ensino básico, não destrua também a universidade pública, gratuita e de qualidade.

Apresentam-se agora reformas e reformas: previdenciária, trabalhista, tributária, universitária – no Estado de São Paulo por José Serra, e nacionalmente por Lula, onde será necessário mobilizar a opinião pública contra tais medidas neoliberais.

Então, por que lutarmos separados?
Convidamos todos movimentos sociais para participar da ocupação da reitoria da USP, resistir e questionar o sistema junto conosco. É necessário nos solidarizarmos com nossas lutas não apenas em cartas, moções e declarações, mas também nos espaços e discussões.

Essas reformas que nos são impostas abrem o caminho para rejeitarmos o que nos prejudica e colocar o que nos interessa.

“A experiência demonstra que é fundamental romper com esse esquema (da Universidade Pública). E também que não se deve subestimar as dificuldades para fazê-lo. Nos países com governos débeis, os estudantes com suas reivindicações podem representar uma ameaça à estabilidade política. Portanto, os governos devem atuar com muita cautela ao introduzir as reformas…” (Extraído do documento oficial do Banco Mundial chamado Las lecciones derivadas de la experiência, página 29).