Mobilização contra o golpe no Paraguai

Lugo só pode ser destituído pelo povo trabalhador, não por este Parlamento1 – O Partido dos Trabalhadores se coloca contra o julgamento político dirigido pelos partidos da direita tradicional de nosso país através do Parlamento Nacional. O povo trabalhador não tem nesses parlamentares sem-vergonhas, corruptos e representantes do pior do sistema capitalista – , representação alguma, mas os têm como seus algozes, de antes e de agora. Derrotemos este verdadeiro “golpe de luvas brancas” com as mobilizações nas ruas.

2 – O julgamento político iniciado e a provável destituição de Lugo por este Parlamento da vergonha não trará melhores condições sócio-econômicas e políticas para o povo trabalhador, mas significará um grave retrocesso para o povo trabalhador.

3 – Afirmamos que Lugo merece ser julgado e destituído, mas pela vontade popular não pelos desertores e parlamentares antipopulares que só tomam decisões prejudiciais, em todos os âmbitos, contra os explorados e excluídos de nosso país. Lugo foi eleito pela maioria do povo por meio das eleições e é esse mesmo povo quem tem o direito de tirá-lo do governo.

4. Abortemos o julgamento político com mobilização e luta. Apoiaríamos, em todo o caso, a realização de um plebiscito para que o povo expresse se quer que Lugo vá ou fique, no caso de que a maioria aprove que se vá, que se antecipem as eleições.

5 – Lugo, como pessoa e como governo, não merece nenhuma solidariedade. Nós nos opomos pelo vértice à sua política e a seu governo. Lugo, assim como os governos anteriores, tem governado a favor da burguesia, tem promovido e patrocinado o agronegócio que arrasa com as comunidades camponesas, não tem feito nada a favor da reforma agrária e aprofundou a criminalização do movimento de massas. Lugo é também responsável pela crise política gerada fundamentalmente por sua aliança com a grande burguesia e seus partidos, assim como pelo massacre de Curuguaty. Portanto, nossa oposição ao julgamento político não significa o menor apoio político a seu governo.

6. Ratificamos nossa crítica, já realizada desde 2008, às esquerdas capituladoras governistas que se integraram a este governo servil aos interesses das minorias semeando a confusão, a desmoralização e a desmobilização do movimento de massas, já que por sua política de conciliação entre as classes sociais, são corresponsáveis pelo quadro geral da atual situação.

7. Convocamos o povo trabalhador a opor-se a essa mudança reacionária do regime político que se expressa no processo de destituição de Lugo, a defender as liberdades públicas de organização e mobilização assim como a completa vigência das garantias constitucionais básicas para seguir lutando e construindo um presente e futuro melhor para os explorados e oprimidos.

8. Exigimos do governo Lugo, implemente uma urgente reforma agrária expropriando sem indenização as terras usurpadas e os latifúndios, que rompa de uma vez por todas com os partidos da direita tradicional destituindo seus representantes dos ministérios e do aparato estatal, e instale um plano econômico e social de emergência baseado nos interesses das grandes maiorias.

9. Construamos um grande movimento da classe trabalhadora por fora do governo de Lugo, sua política e os partidos da direita, abrindo uma saída do povo trabalhador à atual crise política apontando, entre outras medidas, uma Assembleia Constituinte, democrática e soberana que forneça as bases que assegurem o Pão, o Trabalho, a Soberania e a Liberdade para o povo trabalhador e as grandes maiorias.

Comitê Executivo Nacional

Partido dos Trabalhadores

21 de junho de 2012