Fora Bush do Iraque e do Brasil, e Lula do Haiti!No dia 8 de março, dia internacional de luta da mulher, temos um motivo a mais para tomar as ruas em protesto. Dias 8 e 9 de Março, o presidente norte-americano George W. Bush, senhor da guerra e maior responsável pela morte, pobreza e miséria das mulheres e homens trabalhadores em todo o planeta, estará no Brasil. Nesses dias, temos que ganhar as ruas e nos fazer ouvir contra o maior símbolo do imperialismo mundial. Com a mesma força, também vamos levantar nossas bandeiras e ecoar nosso grito de indignação e protesto contra o massacre do povo haitiano pela ONU, chefiado pelas tropas brasileiras.

Bush trará em sua comitiva sua Secretária de Estado, Condelezza Rice, mulher, negra, mas que nada tem a ver com nossa luta. Pelo contrário. É um exemplo de algo que nós, mulheres do PSTU, não cansamos de reafirmar: na luta contra o machismo e o sistema que dele se beneficia, “o gênero nos une, mas a classe nos divide”.

O que une as mulheres da classe trabalhadora é bastante, e lamentavelmente, concreto: a superexploração capitalista e a opressão machista. Somos mulheres pobres das periferias das grandes cidades que sofrem para criar seus filhos; camponesas, que deixam seu suor diário na lida do campo; sem-terras, que moram em barracas e enfrentam a polícia; trabalhadoras, que produzem a riqueza deste país e são superexploradas; jovens, que lutam pelo primeiro emprego; negras que lutam contra o racismo e as lésbicas que lutam contra o preconceito. Somos todas mulheres trabalhadoras e o que nos une é nossa luta comum contra o sistema capitalista que promove a miséria, as guerras e a opressão.

Exploração a serviço do lucro
Os números mostram a verdadeira face deste sistema. As mulheres constituem 70% dos mais pobres no mundo; no Brasil, representamos 42% do mercado de trabalho e somos responsáveis pelo sustento de um terço das famílias. Contudo, entre todos aqueles que recebem apenas um salário mínimo, 53% são mulheres.

Só na cidade de São Paulo, faltam 300 mil vagas em creches. Enquanto isso, somente no Brasil, anualmente, são feitos 1,5 milhão de abortos ilegais, dos quais, 10% são mal sucedidos, causando morte ou seqüelas nas mulheres, sendo que grande parte delas é adolescente.

Como se isso não bastasse, a cada quatro minutos acontece um caso de agressão física contra a mulher, sendo que o agressor é geralmente o homem com quem ela vive ou viveu. O racismo vitima cotidianamente as mulheres negras, que são as primeiras a serem demitidas e alvos número um da violência social. Já a mulher jovem (geralmente mais dependente econômica e juridicamente da família) sofre ainda mais com a imposição de comportamentos, moralismos, ideologias e repressão. As lésbicas não têm controle sobre questões relativas a sua sexualidade e o direito de decidir livremente sobre tal, sem sofrer coerção, discriminação ou violência.

Todas e todos às ruas
Em mais um Dia Internacional da Mulher, devemos renovar a nossa garra e vontade de lutar, lembrando o papel fundamental que as mulheres sempre cumpriram nos grandes processos revolucionários da história. Nossa luta é internacional e faz parte da luta de toda a classe trabalhadora contra o imperialismo e pela revolução socialista mundial.
Post author Secretaria Nacional de Mulheres do PSTU
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