Internacionalmente existia uma grande torcida contra Bush. Todas as pesquisas internacionais indicavam uma preferência acentuada por Kerry, uma forma distorcida de expressar a consciência antiimperialista que se disseminou em todo o mundo.

A vitória de Bush vai mostrar ao mundo, mais uma vez, o imperialismo com sua cara repudiada e desgastada, e não com a face renovada de Kerry. Se é verdade que Bush sai fortalecido nos EUA por sua vitória eleitoral internacionalmente, o desgaste do imperialismo só aumenta com esse resultado. Trata-se de um inimigo conhecido e odiado, transfigurado em Hitler em manifestações de milhões de pessoas em todo o planeta.

O resultado imediato das eleições nos EUA foi o crescimento de um sentimento de revolta em todo o mundo contra o imperialismo.

Ofensiva imperialista X resistência dos povos

Seguramente, o governo Bush vai utilizar seu novo mandato para reforçar a sua ofensiva colonizadora. Enquanto escrevíamos esta matéria, as tropas de Bush lançavam uma ofensiva genocida contra Falluja, cidade controlada pela resistência iraquiana. O governo fantoche do Iraque decretou estado de emergência no país para tentar sufocar a rebelião.

Na América Latina, essa ofensiva vai tomar uma forma clara na retomada das negociações da Alca, com a cumplicidade servil do governo Lula, que poderá tranformar o país em uma colônia dos EUA.

Mas se enganam os que estão prevendo uma situação de terra arrasada em todo o mundo, sob as botas de Bush. Não estamos mais nos tempos do auge do neoliberalismo e de retrocessos seguidos do movimento de massas, como na década de 1990. A crise do neoliberalismo e a luta das massas têm levado a grandes crises e comoções sociais, que se expressam na resistência iraquiana, na Intifada palestina (já com três anos de duração), e as grandes insurreições na América Latina (Equador em 2000, Argentina em 2001, Bolívia em 2003).

A ofensiva de Bush tende a gerar mais reações das massas no mundo todo, amparadas no crescimento do sentimento antiimperialista. O aumento da polarização da situação mundial, com mais crises e enfrentamentos, é outra das grandes conseqüências da eleição norte-americana.

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