Quanto mais petróleo é descoberto no Brasil, mais o país fica dependente

A partir de 1988, o volume de petróleo bruto extraído da bacia do Rio Grande do Norte/Ceará (UO-RNCE) ultrapassou o das demais bacias do Norte-Nordeste do Brasil. E, apesar do intenso sucateamento promovido pelos governos do PSDB e PT, a UO-RNCE continua superando ainda hoje (figura 1).

Em 1995, ano da greve histórica da categoria petroleira no Brasil, foi retirada da UO-RNCE uma média de 98.960 barris de petróleo bruto por dia. E logo, após a quebra do monopólio estatal do petróleo, atingiu o pico máximo de 114.196 barris por dia.

O constatado é que a vigorosa política de desinvestimento nas bacias petrolíferas do Norte-Nordeste do Brasil, iniciada por FHC, permanece sendo aplicada de maneira mais contundente no governo Lula/Dilma. Entre 2003 e 2012, o decaimento da extração de petróleo bruto na bacia do Rio Grande do Norte/Ceará (UO-RNCE) foi de 30%. No governo FHC (PSDB), a queda foi de 13%. 30% é o percentual de queda na extração de petróleo bruto que o governo Lula/Dilma (PT) estabeleceu também como meta para a bacia de Sergipe e Alagoas (UO-SEAL) até o fechamento do ano de 2013.

A estratégia é a privatização do petróleo do Brasil
A redução proposital da extração de petróleo nestas bacias é uma das táticas aplicadas pelo governo federal a fim de poder propagandear a inviabilidade econômica delas. Sem nenhuma preocupação com o desemprego em massa que já ocorre, o primeiro resultado esperado pelo governo federal é o aumento catastrófico do custo de extração do barril de petróleo. Age assim para justificar a privatização do petróleo do Norte-Nordeste do Brasil. Simultaneamente, coloca em pauta o PL 4330 que legaliza a precarização nos locais de trabalho. E, na maior cara-de-pau, o governo Lula/Dilma (PT) ainda anuncia que as Big Oil irão gerar milhares de empregos com salários dignos para os trabalhadores brasileiros.

A gasolina vai ficar ainda mais cara no Brasil
A bacia de Campos (UO-BC) atingiu o pico de petróleo em 2002 (figura 2). A média da extração máxima alcançada, no terceiro pico, foi de 1.019.849 barris de petróleo bruto por dia.

Passada uma década, o volume extraído da UO-BC teve uma redução de 55%. Neste mesmo período, o campo gigante Marlim apresentou um decaimento de 66%, contribuindo decisivamente para a rápida queda da bacia de Campos.

Autossuficiência é a maior de todas as mentiras!
Novas acumulações gigantes de petróleo foram achadas pela Petrobrás abaixo de lâmina d’água ultraprofunda na Bacia de Santos. No entanto, quanto mais descobre jazidas, menos petróleo tem o Brasil. E o preço da gasolina continua cada vez mais elevado.

Sob elevados custos, quanto mais campos gigantes de petróleo são descobertos pela Petrobrás, tanto na região offshore do pós-sal profundo e ultraprofundo como na do pré-sal ultraprofundo, mais prejuízo acumula a Petrobrás, sacrificando ainda mais o povo brasileiro. Os novíssimos gigantes estão sendo encontrados e o governo Lula/Dilma (PT) entregando-os a preço de banana para as Big Oil dos países imperialistas que, com a crise econômica global, têm consolidado a unidade entre eles.

Mais ainda, a demanda por petróleo está muito acima do volume extraído pela Petrobrás e a capacidade de refino pior ainda, segundo informação da BP StatisticalReviewof World Energy June 2013. E é a Petrobras que tem que importar gasolina e diesel caros para abastecer a frota automobilística do imperialismo sempre crescente no país. Resultado: Petrobrás e o Brasil ficam cada vez mais endividados. Esse é o projeto do imperialismo posto para a imensa maioria do povo brasileiro.