`BrunoA onda de protestos e manifestações contra o aumento do passe de ônibus, que tomou conta de diversas cidades do Brasil foi o tema de uma oficina realizada na Tenda Socialista pelo Movimento de Ruptura Socialista e a Juventude do PSTU. Estiveram na mesa Bruno Nareba, diretor da UBES pelo MRS, Fiore Trisi, ativista de Salvador que participou da Revolta do Buzu e Jorjão, membro do Comitê de Luta de Jovens Desempregados, todos militantes do PSTU. Júnior, da executiva da UNE, mediou a discussão que reuniu cerca de cem jovens. Cada componente da mesa era saudado por uma palavra de ordem pelo passe livre ao iniciar sua fala.

“Chega de explorar, passe livre já!“

Nareba denunciou a máfia dos empresários do transporte público: “Temos uma política deliberada pelos empresários para ter o controle dos meios de transporte público“. Também afirmou que a luta pelo passe livre não se restringe aos estudantes: “Trabalhadores e a Juventude não conseguem estudar ou trabalhar por causa dos altos custos da passagem“. Ele ainda relacionou a exploração realizada pelos grandes empresários do transporte à ofensiva neoliberal posta em prática com a parceria do governo Lula. “Mas a juventude do mundo inteiro tem resistido heroicamente ao neoliberalismo, dos palestinos na luta contra os tanques de Sharon à revolta do Buzu no Brasil“, argumenta Nareba.

“Ô Lula, eu quero ver, o passe livre nacional acontecer!“

Fiori, que chegou a ser preso durante cinco dias durante a revolta, denunciou a política criminosa das entidades estudantis: “Fizeram um acordão com o governo e traíram os estudantes“. Ele lamentou que, por causa da posição conciliadora da UBES e a ABES o movimento tenha perdido sua força. No entanto conclamou os estudantes a por em prática uma nova campanha: “Vamos radicalizar e lutar pelo passe livre já!“.

“Boi, boi, boi da cara preta, se não tem passe livre, a gente vai pular roleta!“

Jorjão reforçou que o passe livre é um direito, não uma esmola e ainda criticou os projetos de lei que preveêm o desconto do passe ao estudante através de subsídios do governo. “Tem que ir a fundo no problema e atacar os lucros da empresa“, defende. Jorjão ainda exige:“O governo Lula deve implementar o passe livre para a juventude e aos desempregados“. Ele também reforçou a relação entre o passe livre e necessidades básicas dos jovens: “O direito de estudar termina nos 1,70 da passagem“.

A Política do PT para o passe de ônibus aos estudantes

O estudante secundarista e militante do PSTU de BH, Felipe, afirma que o governo municipal do PT rechaçava a reivindicação do passe livre argumentando não receber verbas federais. “Pois bem, agora o governo federal é do PT e a gente não tem passe livre e sequer meio passe“ reclama Felipe. A prefeitura chefiada por Fernando Pimentel do PT aumentou duas vezes a passagem. Aliás, o que não falta em BH são histórias exdrúxulas de como o PT lida com a questão. Os perueiros que atuavam na cidade cogitaram a implementação do meio passe para os estudantes e foram impedidos pela prefeitura.

Mesmo com todas as dificuldades, alguns estudantes da perifeira da cidade decidiram implementar o passe livre por conta própria. Estudantes de cursos técnicos noturnos, eles forçavam a porta e entravam sem pagar nos ônibus. A empresa, então, colocou capangas dentro dos veículos durante os horários que os estudantes saíam da escola, para reprimi-los. Tudo com a conivência da prefeitura.