Havia uma enorme expectativa de que Lula rompesse com as negociações da Alca. Desde o início, porém, de seu governo, ficou claro que essa nunca foi a intenção do presidente, e nem de seus negociadores. Ao longo de 2003, o governo brasileiro tentou de tudo para cumprir os prazos do fechamento do acordo, previstos para o início de 2005.

A proposta dos negociadores brasileiros foi a de aceitar a Alca, negociando um maior acesso dos produtos agrícolas brasileiros no mercado norte-americano. Lula só não conseguiu celebrar o acordo no prazo original porque Bush não quis enfrentar fazendeiros norte-americanos – setor que garantiu a reeleição de Bush – e seus milionários subsídios.

Terminadas as eleições nos EUA, no entanto, o governo brasileiro não demorou a tentar reativar as negociações. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, os diplomatas brasileiros acertaram a retomada das negociações e muitas reuniões foram marcadas. Em visita aos EUA, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, disse a uma platéia de empresários que o Brasil está disposto a aceitar os termos de propriedade intelectual (Lei de patentes) exigidos por Bush para dar andamento às negociações. Quer dizer, o Brasil tem mais pressa em retomar as negociações do que o próprio Bush.

A implementação da Alca significaria um retrocesso do país diretamente a uma colônia dos EUA, com a fome e o desemprego ampliando-se em escalas nunca vistas.

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