Esta é uma discussão chave que, no programa acordado entre PSTU e PSOL, está presente por meio do chamado à suspensão imediata do pagamento das dívidas interna e externa, com a auditoria das mesmas.

Trata-se de uma postura correta, indispensável para uma Frente de Esquerda que se propõe a enfrentar as duas candidaturas majoritárias que querem continuar com o pagamento das dívidas.

Um setor da esquerda, incluindo uma parte do PSOL, defende uma postura diferente que aponta para um refinanciamento da dívida com pagamento parcial dos juros. Esse setor afirma ser esta uma postura “mais realista”, que não assume uma ruptura com o mercado financeiro e o imperialismo.

Contudo, não existe nenhuma fundamentação real nesta proposta. Em primeiro lugar, a dívida já foi paga. Só entre o governo Sarney e o início do de Lula foram pagos US$ 635 bilhões em juros e amortizações. Ou seja, pagamos a dívida mais de duas vezes e a conta é cada vez maior.

Por fim, refinanciamento significa manter o pagamento da dívida, a sangria dos investimentos e o corte dos gastos sociais. Não estamos propondo diminuir o saque do país, estamos propondo terminar com ele. A proposta é a ruptura com o imperialismo, não a continuidade da submissão.
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