A crença no “socialismo chavista” é mais uma ilusão no caminho dos trabalhadores. No passado, a social-democracia européia falava em socialismo “em dias de festa” para continuar administrando o capitalismo. A burocracia stalinista falava também em socialismo para preservar seus privilégios materiais e um regime que nada tinha a ver com o socialismo.

O governo de Chávez é a reedição do nacionalismo burguês, agora muito mais limitado pelos efeitos da globalização. É verdade que tais governos tiveram choques políticos com o imperialismo, o que todavia não os caracterizava como “socialista”. E terminaram produzindo grandes derrotas dos trabalhadores.

A independência dos trabalhadores em relação a esses governos burgueses é uma necessidade fundamental para a revolução latino-americana.

Essa é uma questão chave para a Venezuela. O governo pretende acabar com qualquer autonomia do movimento operário do país. É isso que está por trás da proposta de criação do PSUV (Partido Socialista Único da Venezuela), cujo objetivo é reunir todos os partidos e organizações de esquerda numa única organização política, sob o controle de Chávez e com dirigentes integrados ao aparato do Estado. Uma política muito semelhante à adotada pelo peronismo na Argentina, nos anos 40, para controlar o movimento de massas.

O socialismo não poderá vir pelas mãos do nacionalismo burguês, mas sim da luta política independente da classe operária. Como dizia Engels, “a emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”.

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