Enquanto fechávamos a edição 441 do Opinião Socialista, a presidente da Argentina Cristina Kirchner anunciava a nacionalização da petroleira YPF. Leia abaixo nota publicada no jornalOs efeitos da crise econômica começam a gerar crises políticas também na América Latina. O governo argentino nacionalizou a YPF, gerando reações irritadas do imperialismo espanhol (que ameaçou tomar represálias) e dos Estados Unidos.

Trata-se de uma nacionalização necessária e urgente. A empresa estava reduzindo os investimentos no país, com queda consequente na produção de petróleo (era 42% da produção petroleira em 1997, caindo para 34% em 2011) e nas reservas (queda de 50%). Isso levou a que pela primeira vez em 17 anos, a Argentina tenha tido um déficit comercial em combustíveis de três bilhões de dólares. Enquanto isso as remessas de lucros se ampliavam.

Existiram episódios semelhantes no passado recente, com as nacionalizações de Chávez na Venezuela. Como naquele episódio, o governo Kirchner é limitada, portanto, não merece nenhuma confiança. O casal Kirchner estava no governo de uma província argentina quando a YPF foi privatizada por Carlos Menen, do mesmo partido de Cristina. Além disso, a nacionalização não é completa. É a transformação da YPF em empresa mista. O grupo Repsol (espanhol, dono atual da empresa) continuará como acionista.

Além disso, o grupo da família Eskenazi (através do Grupo Petersen), do qual todos falam ser uma empresa bem próxima de Kirchner, seguirá com mais de 25% das ações.

Nós defendemos a expropriação sem indenizações da Repsol, em defesa da soberania do país. E repudiamos as declarações e possíveis ações de retaliação do governo espanhol ou da União Europeia contra a Argentina.