Não será possível mudar o Brasil governando para banqueiros e empresários

Artigo de Zé Maria publicado originalmente na Folha de São Paulo no dia 11 de julho

A Copa do Mundo no Brasil acaba nos próximos dias e, infelizmente, o sonho do hexa mais uma vez foi adiado. A vida volta ao normal e, além da labuta diária pela sobrevivência, continua a luta para superar os problemas que afligem a vida dos mais pobres.
 
Os indicadores econômicos não são nada animadores. Os resultados da indústria apontam para a manutenção do cenário de desaceleração da economia brasileira. A alta dos preços pressiona a inflação, que corrói os salários dos trabalhadores.
 
O governo do PT e a oposição conservadora do PSDB e PSB, apesar de se engalfinharem na disputa eleitoral, defendem as mesmas políticas –o chamado ajuste fiscal.
 
E já sabemos o que isso significa: aumento de preços e tarifas represados, aumento de juros para tentar conter a inflação, corte de gastos públicos para pagar juros e aumento do desemprego.
 
Essas políticas trarão ainda mais sacrifícios para os trabalhadores e o povo pobre. E, como sempre, os beneficiados continuarão sendo os mesmos: os bancos e as grandes empresas. Montadoras de automóveis que ganharam rios de dinheiro com subsídios do governo federal ameaçam seus empregados com demissões. Resposta do governo? Mais subsídios para elas. Esta é a norma: para os bancos e grandes empresas, tudo. Já para os trabalhadores…
 
Era assim no governo anterior, do PSDB, e infelizmente continua sendo assim nos governos do PT. Os gastos com reformas e construção de estádios de futebol, por exemplo, foram empenhados sem parcimônia, enquanto os hospitais públicos estão caindo aos pedaços.
 
Todos os anos, o governo federal desembolsa para os bancos, a título de pagamento da dívida pública, algo em torno de 42% do Orçamento federal, quase metade do que arrecada com os impostos pagos pela população. No entanto, segundo a associação Auditoria Cidadã da Dívida, o governo gasta somente 4,11% do Orçamento com saúde e 3,49% com educação. Para os banqueiros vai 5,5 vezes mais do que para saúde e educação juntas.
 
Não será possível mudar o Brasil e assegurar vida digna para o seu povo enquanto todos os recursos do país e a riqueza produzida pelo trabalho de toda a população continuarem sendo destinados ao aumento dos lucros de banqueiros e empresários.
 
As mudanças exigidas pela juventude e pelos trabalhadores que foram e vão às ruas, como nas manifestações populares em junho do ano passado e as greves dos metroviários de São Paulo um mês atrás, não acontecerão pela ação destes governos que aí estão.
 
Gestões do PSDB, PSB, PMDB sempre foram gestões dos empresários, nunca tiveram compromisso com o povo. O PT, ao aliar-se a banqueiros e grandes empresários para ganhar as eleições e para governar, adotou o mesmo caminho. Virou as costas para os trabalhadores.
 
Precisamos de um governo dos trabalhadores, sem patrões, que rompa com os banqueiros, as empreiteiras e as multinacionais. Um governo que seja apoiado pelas classes trabalhadoras e pela juventude.
 
Só assim será possível atender às demandas da população e garantir, enfim, um Brasil justo. É a serviço dessa estratégia que estará a campanha eleitoral do PSTU.
 
 

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