Um exemplo de resistência e luta contra o governo de Chávez se dá no setor de petroleiros, o mais importante da classe trabalhadora venezuelana. No ano passado, já houve conflitos nas regiões de Puerto La Cruz e Zulia, em protesto pela negociação do acordo coletivo e em defesa do direito de que sejam os próprios trabalhadores os que decidam democraticamente quem vai negociar em seu nome. Ambas lutas foram duramente reprimidas pelo governo, sob acusações de que os trabalhadores eram “sabotadores e contra-revolucionários”. Posteriormente, o governo demitiu Orlando Chirino da PDVSA, dirigente sindical da UNT. Como parte dessa luta, em 20 de fevereiro foi realizado um importante encontro em que estiveram presentes mais de 300 dirigentes sindicais petroleiros e de outros setores, que adotou importantes resoluções. Para defender esses e outros pontos votados, o plenário votou um plano de luta, que inclui a convocatória de um Encontro Nacional Operário, Camponês, Popular e Estudantil, ao final de abril.

RESOLUÇÕES APROVADAS:

a) Repúdio à agressão imperialista, expressada nas demandas da Exxon Mobil nos tribunais internacionais controlados pelas multinacionais;

b) Investigação e condenação dos “vende pátrias” responsáveis pela abertura petroleira e repudiar a política de empresas mistas promovida pelo Executivo Nacional, pela qual se permite que as multinacionais sejam sócias da PDVSA e co-proprietárias de nossos recursos naturais;

c) Pela recuperação definitiva da indústria petroleira para tirá-la da tecnocracia, do nepotismo e do clientelismo político que hoje a controla, e que passe diretamente ao controle das mãos dos trabalhadores e das organizações comunitárias;

d) Pela reorganização e reconstrução do movimento sindical petroleiro sobre bases democráticas, éticas e revolucionárias. Eleições já na FUTEV e desconhecimento da direção provisória que quer seqüestrar a nascente organização;

e) Reintegração imediata de Orlando Chirino a seu cargo na PDVSA. Investigação e sanção dos responsáveis por essa ação que viola a Constituição da República Bolivariana da Venezuela, a Lei Orgânica do Trabalho, o Decreto de Imobilidade e o Acordo Petroleiro. Impulsionar a Campanha Nacional: 50 mil assinaturas pela reintegração de Chirino à PDVSA.

f) Por aumento geral de salários. Salários dignos para os trabalhadores. Basta de aumentos unilaterais e só do salário mínimo, decretados pelo governo. Escala móvel de salários que permita aumentos de acordo com o índice inflacionário mensal. Salário mínimo equivalente ao valor da cesta básica integral.

g) Apoio irrestrito aos trabalhadores da Sidor, que enfrentam a voracidade capitalista. Exigimos aumento de salário digno, de acordo com seu esforço e sacrifício diários. Respaldemos a decisão de apresentar documentos nas empresas para expressar a solidariedade com os trabalhadores da Sidor e nos preparar para realizar a Paralisação Nacional de Solidariedade;

h) Em defesa da União Nacional dos Trabalhadores, que é a conquista político-organizativa mais importante alcançada pelos trabalhadores e trabalhadoras venezuelanos. Repudiamos a divisão e a intenção dos setores sindicais dependentes do governo de montar federações paralelas.
Post author Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI)
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