Muro do “apartheid”, na Palestina, é símbolo da política do Estado nazi-sionista de IsraelCom a construção do muro, o objetivo central de Sharon é tentar garantir os territórios anteriormente conquistados por Israel até a guerra de 1967, quando conseguiu ocupar a maioria daquele espaço territorial. O muro tem uma extensão prevista de 350 km com um custo de mais de US$ 2 milhões. Além disso, isola ainda mais os palestinos em guetos, deixando-os sem terra, separados de suas famílias e sem meios e condições de sobrevivência. Em alguns lugares ele atinge a altura de 8 metros e, em outros, de 40 a 100 metros de largura.

Desde antes do início de sua construção, em 2002, o muro provoca manifestações explosivas de resistência palestina e protestos, ainda que minoritários, de pacifistas israelenses. Depois de iniciada a construção, a crise de Israel se aprofunda resultando em novos protestos.

A extrema-direita dentro de Israel, representante dos colonos nazi-israelitas, se opõe ao forçado recuo de Sharon e à retirada dos colonos judeus dos territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Essa oposição organiza manifestações em defesa do muro como a que ocorreu no dia 25 de julho, formando um gigantesco cordão humano de cerca de 150 mil israelitas ao longo de mais de 90 km.

Marcha palestina

A resistência palestina segue na luta contra o muro, por seus territórios e por sua independência. No dia 22 de julho, os comitês populares palestinos organizaram uma marcha que contou com 21 ônibus lotados de mulheres, homens e crianças.
Esses palestinos seguiram desde Tulkarem, na Cisjordânia, com o objetivo de entrar em Ar Ram, no nordeste de Jerusalém, em Israel. De lá pretendiam atravessar os pontos da barreira e seguir até o posto militar de Qalandiya, que isola Jerusalém do resto da Cisjordânia.

Apesar da violência do exército israelense, vários palestinos conseguiram vitoriosamente atravessar os pontos da barreira e chegar até o posto militar de Qalqilya, para realizar uma manifestação.

Há ainda as manifestações dentro de Israel que se opõem ao muro, duramente reprimidas. Essas manifestações fazem parte de um movimento de oposição que, inicialmente, contava apenas com algumas pessoas, e agora, agrega cerca de 70 mil participantes, tendo cada vez mais e maiores enfrentamentos com a polícia israelense.

ONU sob poder dos EUA

A crise pela qual passa Sharon foi agravada ainda mais pelo sentimento anti-imperialista que invade o Oriente Médio com a guerra do Iraque.

A pressão das massas obrigou os governos que fazem parte da Organização das Nações Unidas (ONU) a discutirem a existência do muro. No dia 20 de julho, a Assembléia Geral das Nações Unidas votou, por 150 votos favoráveis contra 6, e 10 abstenções, uma resolução pela demolição do muro.

O governo de Ariel Sharon, apoiado de perto pelos Estados Unidos, apressou-se em declarar que “a construção da barreira vai continuar”. Mas, se pairava alguma dúvida sobre o papel da ONU como braço político do imperialismo norte-americano, esta se desfez. A declaração do porta-voz de Sharon, quando questionado sobre a resolução, deixa claro que as medidas adotadas pela ONU jamais se contraporão aos interesses dos EUA, que têm poder de veto na organização.

Massacre para causar inveja a nazistas

Ao mesmo tempo em que a ONU e a Corte Internacional de Justiça condenaram o muro de Israel, Sharon desatou um massacre de causar inveja aos nazistas no gueto de Varsóvia.

No campo de refugiados em Rafah, na Faixa de Gaza, Israel promoveu uma ofensiva genocida cujo objetivo era tentar isolar Rafah de Gaza para seguir controlando esse território.

A força da heróica resistência popular da Intifada palestina faz com que, apesar do genocídio em Rafah, Sharon não consiga mais controlar de forma direta a Cisjordânia e Gaza e agora fale em utilizar os governos do Egito e Jordânia para cumprir o papel do Estado de Israel de esmagar a resistência palestina, roubar seus territórios e eliminar os palestinos enquanto povo.
Post author Kenya Rosa Cardoso, de Florianópolis (SC)
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