Dedicamos a edição anterior do Opinião Socialista à polêmica com a cartilha do PT sobre os 10 anos de governo. Dizíamos que o “desenvolvimentismo” petista não era uma ruptura com os planos neoliberais do PSDB, mas uma continuidade deles. Nessa edição, a polêmica continua.
Não existe nada mais característico dos planos neoliberais que as privatizações. Os maiores símbolos dos governos do PSDB são as vendas da Vale do Rio Doce, Embraer, CSN e telefônicas. O PT, naquele momento, foi contra essas privatizações. Em 1998, lutaram junto com o PSTU, MST e o conjunto do movimento contra a privatização da Telebrás. Com a vitória das privatizações, sobrou a esperança de que a eleição de Lula pudesse reverter tudo isso.
Os governos petistas mantiveram a política do PSDB, contrariando toda a expectativa de sua base. Poderiam ter reestatizado todas as empresas privatizadas, dando um duro golpe no neoliberalismo, mas não o fizeram.
Pelo contrário. Privatizaram rodovias, aeroportos, portos e até o Maracanã, por meio de sua aliacom Sergio Cabral (PMDB).  Além disso, avançou na privatização do maior símbolo das estatais que é a Petrobrás. Com o 11º leilão, recém realizado, os governos petistas já entregaram mais petróleo às empresas estrangeiras do que o governo tucano.
Durante o leilão, no Rio de Janeiro, houve manifestações contrárias impulsionadas pela CSP-Conlutas, PSTU, sindicatos dos petroleiros e muitas entidades. Mas, ao contrário de 1998, a direção do PT estava ao lado das multinacionais entregando o petróleo.
Esse fato desmonta a ideologia de que o PT representa uma política “desenvolvimentista” contra o  “neoliberalismo” do PSDB. Na verdade, aprofunda a receita neoliberal. Por isso a cartilha petista não há nada sobre privatizações.
Você, ativista do movimento sindical, estudantil e popular que acredita no PT, está de acordo com essas privatizações?

Reestatizar as empresas privatizadas!
Se você está contra as privatizações, vale a pena que reveja o conjunto da cartilha. Vai ver que a lógica das privatizações está presente no conjunto das medidas dos governos petistas e na sua postura de governar junto com as grandes empresas nacionais e multinacionais.
Defendemos o oposto: uma ruptura com as grandes empresas. Defendemos o socialismo que o PT abandonou completamente.  É preciso ter a ousadia de voltar a defender com orgulho a estratégia socialista.
Só expropriando as grandes empresas será possível planificar a economia de acordo com as necessidades da população, e não dos lucros das grandes empresas. Só avançando em direção ao socialismo poderemos acabar com a miséria no Brasil.
A proposta petista de terminar com a pobreza e a miséria governando com as multinacionais é apenas uma utopia reacionária. Ou ainda, mais uma promessa eleitoral para reeleger Dilma em 2014.
Nós do PSTU estivemos no mesmo lado da barricada em 1998 e em 2013, junto à luta dos trabalhadores e jovens. Seguiremos na luta e na polêmica em defesa do socialismo.
 

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