Enquanto o programa do PT dizia na TV “a gente sente, o Brasil está diferente”, e celebrava como grande vitória a queda doaa “risco país”, o desemprego na grande São Paulo ultrapassava os 20%. No país das maravilhas de Duda Mendonça, outra prova incontestável da “mudança” mostrava como as exportações brasileiras cresceram nos 6 meses de governo Lula. Enquanto isso, o IBGE anunciava que os salários dos operários no Brasil caíram 6.3% este ano.

No “Brasil diferente” do programa do PT, os rostos de alegria estavam trocados. Pois, são os investidores estrangeiros e os banqueiros os que comemoram a queda do “risco país “e fazem a festa com os juros de mais de 26%, enquanto os trabalhadores sofrem com o desemprego, o arrocho salarial e os 52 milhões que se encontram na miséria não diminuiram e menos ainda zeraram sua fome.

Quem está festejando o aumento das exportações são os ministros exportadores: o dono da Sadia e ministro da indústria e comércio, Luis Fernando Furlan, e o latifundiário ministro da agricultura, Roberto Rodrigues. Os debaixo não têm o que comemorar. A reforma agrária e os 10 milhões de empregos prometidos na campanha eleitoral se transformam em miragem para desempregados e sem-terras.
Ao manter e aprofundar a submissão do país ao FMI, o governo segue a lógica de todos os governos anteriores. A vida da classe trabalhadora ,de fato, vai mudar…para pior.

A reforma da previdência, o arrocho dos salários e o aumento do desemprego são consequência da política neoliberal orientada pelo FMI e da manutenção do pagamento da dívida. Apesar de todos os discursos sobre como o governo defenderá nossos interesses na Alca, o fato é que, com a Alca ou mesmo qualquer acordo de “livre comércio” (Mercosul mais EUA, Mercosul mais União Européia, nova rodada na OMC), o caminho escolhido pelo governo é o de manter e aprofundar a abertura da economia. E uma vez mais serão os trabalhadores a pagar o pato.

A única forma de defender os interesses dos trabalhadores, dos sem terras e dos pequenos camponeses é rompendo com o FMI e a Alca.

Para o Brasil ficar diferente de verdade é necessário um governo dos trabalhadores. Lula e o PT teriam que expulsar os burgueses do governo, romper com o FMI e tomar medidas para beneficiar os trabalhadores e o povo. Mas o PT não quer fazer isso. Para agradar os banqueiros, o PT quer até expulsar do partido os deputados que não aceitam a reforma do FMI.

Por emprego, salário, terra e em defesa dos seus direitos, o caminho que os trabalhadores devem trilhar é o da luta.

Na perspectiva da construção de um governo dos trabalhadores, é urgente a construção de uma alternativa ao PT, que se afirme como oposição de esquerda ao governo Lula e ao projeto neoliberal que ele está defendendo e aplicando.
Por isso, a esquerda socialista que – em minoria ainda permanece no PT- precisa romper com esse partido e com o governo É hora, de unirmos toda a esquerda – o PSTU, a esquerda petista, os companheiros do Consulta Popular e lutadores dos movimentos sociais – num novo partido.
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