Frente ao poderoso ascenso revolucionário que percorre a América Latina e diante do fracasso das tentativas de repressão e das derrotas eleitorais de seus candidatos preferidos, o imperialismo foi obrigado a aceitar a existência de governos de frente popular e populistas, que se estenderam pelo continente.

Os EUA foram obrigados a manobrar com maior habilidade e utilizar uma ferramenta diferente para frear e derrotar as revoluções: governos de frente popular encabeçados por organizações e dirigentes operários, como Lula no Brasil, ou camponeses, como Evo Morales na Bolívia. Em outros casos, os governos são dirigidos por presidentes com grande apelo popular, como Chávez, na Venezuela, ou Rafael Correa, no Equador.

Todos são governos burgueses que defendem o sistema capitalista e não enfrentam realmente o imperialismo, apesar de sua retórica de esquerda. Entretanto, por serem formados por organizações ou figuras ligadas aos movimentos popular e sindical, são considerados pela maioria do movimento de massas como “seus governos”, ocultando o que verdadeiramente são: instrumentos da burguesia e do imperialismo para enfrentar um momento difícil da lutas de classes. Ou seja, se baseiam no engano e nas ilusões das massas para tentar “adormecer” suas lutas e assim frear e derrotar os processos revolucionários, ou, ainda, evitar que eles aconteçam, como é o caso do Brasil.
Algo que deixa evidente o caráter de “agentes de esquerda” do imperialismo desses governos é o envio de tropas da ONU para ocupar o Haiti. Lula, Michelle Bachelet (Chile), Kirchner (Argentina) e Tabaré Vázquez (Uruguai) são os governos que estão fazendo o trabalho sujo do imperialismo no país caribenho.

A luta contra os governos de frente popular e populistas é um dever de todos os revolucionários, porque é a necessidade mais imperiosa das massas latino-americanas. Sem dúvida, esses governos têm hoje um imenso respaldo popular porque as massas ainda acreditam em suas promessas.

Como desenvolver então essa luta? A LIT-QI afirma que devemos atuar como assinalava Lenin, em abril de 1917, frente a um governo com essas características: “enquanto somos minoria”, devemos “explicar pacientemente às massas a completa falsidade de todas as promessas” desses governos e, ao mesmo tempo, levantar a necessidade de que todo o poder passe às mãos da classe operária, preparando assim as lutas do futuro.

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