A crise vai se estendendo dos países imperialistas, centro da economia, a todo o mundo, como ondas que se espalham a partir da queda de uma pedra em um lago. É o coração da economia que está sendo golpeado. Mas existem grandes desigualdades. São mais afetadas no primeiro momento as economias voltadas para a exportação.

Nos chamados BRICs (Brasil, Rússia, Índia e Brasil), existe uma evolução desigual, que depende da possibilidade de cada um deles de recorrer ao seu mercado interno como saída conjuntural. O PIB da Rússia caiu 9,8% de janeiro a abril, e só neste último mês despencou 10,5%. Mas, na China, a indústria cresceu 1,6% em relação a março, refletindo uma reação ao megapacote do governo (582 bilhões de dólares). As exportações chinesas caíram 2% em novembro de 2008, 17,1% em abril e 26,4% em maio de 2009. Não existe perspectiva de que o país retome a situação de antes, mas períodos curtos de crescimento são possíveis.

Na América Latina, a projeção da Cepal é de recessão, com queda de 1,7% do PIB no ano. Também aqui há desigualdades. No México, fortemente dependente das exportações para os EUA, a queda do PIB no primeiro semestre deve ser de 10%, e no ano de pelo menos 5%. A UIA (associação da patronal industrial da Argentina) avalia que a produção industrial desse país caiu 9,6% entre janeiro e abril.

O peso dos governos das frentes populares e nacionalistas burguesas na América Latina segue forte. Lula ampliou sua popularidade e Chávez ganhou as últimas eleições. Em geral, os trabalhadores ainda esperam que seus governos resolvam a crise. Mas já começam a ocorrer derrotas eleitorais, como a de Cristina Kirchner na Argentina.

Os sinais de instabilidade política também vão se estendendo. Já tivemos a revolta popular democrática no Irã e, na América Latina, a rebelião indígena no Peru, que derrotou o governo de Alan García, além da desestabilização política no Haiti e do golpe em Honduras.

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