Com algumas alterações, a prefeitura petista de São Paulo desenvolve a RM há dois anos. A prefeita Marta Suplicy costuma se gabar – e é claro que isto contará muito para o marketing da campanha de Lula este ano – por ter instituído “o maior programa redistributivo do mundo” em nível municipal. Contudo, esquece-se de dizer que, na verdade, a prefeitura redistribui a precarização salarial e não a riqueza produzida pela classe trabalhadora.

Vamos aos dados: tomando o exemplo de uma família composta por quatro pessoas com uma renda média de R$ 360 por mês e aplicando a última versão da metodologia empregada no cálculo do “benefício” pela prefeitura, chegaremos a um valor do “benefício” na ordem de R$ 26 para um público-alvo estimado em 68.722 famílias (cf. Banco de Dados do Cidadão).

O programa correlato do governo federal – Bolsa Escola – distribui o valor de R$ 15 por criança até o teto de R$ 45. Na cidade de São Paulo, o governo federal paga, em média, R$ 27 por família para um público-alvo composto por 79 mil famílias.

Ou seja, se compararmos os dois programas, veremos que as diferenças não são tão acentuadas. É a mesma lógica neoliberal de gestão da crise capitalista que determina tanto o “Bolsa Escola” federal, quanto o “Renda Mínima” petista. Desse jeito, vai ficar bem difícil discordar da opinião de alguém como John Taylor, assessor do secretário do Tesouro dos EUA, Paul O’Neill, ao afirmar que: “Lula tem demonstrado que suas práticas não serão tão diferentes das atuais, como algumas pessoas pensam”.


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