O Brasil poderia ser o primeiro país da América Latina a proibir a venda de armas de fogo e pior, com apoio popular. Por isso, havia um acompanhamento internacional que se refletia em matérias publicadas no Le Monde (França), Financial Times, The Economist (Inglaterra) e New York Times (EUA). Todos pelo Sim.

A BBC, de Londres, vinculou uma análise do sociólogo Tom Smith, da Universidade de Chicago, que dizia que se o referendo para proibir a venda de armas para civis fosse aprovado no Brasil, a decisão poderia desencadear movimentos semelhantes em outros países da América Latina: “O Brasil pode influenciar outros países e servir de exemplo”.

Domínio militar
Segundo Flavio Bierrenbach, na Folha de S.Paulo, “para tornar o mundo mais seguro para as corporações transnacionais, a partir de 1977 foi gestada na famosa Comissão Trilateral a doutrina do desarmamento das populações dos países do Terceiro Mundo”.

A Comissão Trilateral foi formada em 1973 por David Rockfeller (da mais tradicional família da burguesia norte-americana) e o então secretário de Estado do governo Carter, Zbignew Brzezinsky. Tal Comissão, destinada a estudos para os governos imperialistas, foi uma das formuladoras do neoliberalismo e da “nova ordem mundial”, para a qual os estados nacionais devem ceder sua soberania. Toda a lógica imperialista apoia-se numa política preventiva de dominação: por um lado instala novas bases militares na América Latina e, por outro, desarma o povo. Essa estratégia utiliza a justificativa do “combate às drogas” e o “terrorismo” para estabelecer bases na Bolívia e no Paraguai. Agora quer desarmar o povo, sob a desculpa da violência.
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