A ausência da CUT e da UNE da marcha em Brasília tem uma explicação: tratam-se de duas entidades “chapa-branca”, extensões do Ministério do Trabalho e da Educação, respectivamente, no movimento de massas.

A UNE faz a defesa aberta do Reuni, projeto do governo para as universidades, que está sendo repudiado pelos estudantes em ocupações de reitorias em todo o país. A CUT é parte do Fórum da Previdência, montado pelo governo com representantes dos empresários para acabar com a Previdência. Apresenta divergências menores com o governo, mas faz questão de bloquear qualquer ação do movimento que possa se chocar com Lula.

As duas entidades têm um aparato gigantesco, que hoje, em grande parte, vem do próprio Estado, sustentado por milhões de reais. Assim são pagos milhares de burocratas que se distanciam cada vez mais das bases. Apoiadas nesse aparato, a CUT e a UNE tentaram de todas as maneiras evitar a marcha a Brasília.

No passado, essas entidades eram as únicas (junto com o MST) que poderiam bancar a realização de atos nacionais de certo peso. O que está se vendo é que isso pertence ao passado. Mesmo com o bloqueio dessas entidades, a marcha a Brasília foi um êxito, e foi o maior ato nacional de 2007 contra o governo Lula.

Por isso, a marcha possibilitou também que a construção de alternativas avance perante a falência governista dessas entidades. As que tiveram mais peso na marcha foram a Conlutas e a Conlute.

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