Corte de verbas da educação pública, restrição à meia-entrada, aumento de mensalidades e demissões. Eles querem que a juventude pague pela crise. Mas nós não vamos pagar. Confira as bandeiras para combater a criseNas últimas semanas, a crise econômica se aprofundou em nosso país. O número de demitidos já alcança a casa do milhão. As demissões em massa se tornaram uma realidade. Aos demitidos da GM e da Vale se somam agora os mais de 4 mil da Embraer. Em São Paulo, um terço das famílias já possui um trabalhador demitido. O país está em recessão. Até Lula, que chamou a crise de marolinha, é obrigado a reconhecer: ela chegou e veio para ficar.

A queda no PIB resultou em uma redução de 12,2% na arrecadação de impostos pelo governo federal. Isso significa R$ 11 bilhões a menos no orçamento. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta dizer que o orçamento previsto para as universidades federais ao longo de todo o ano é de R$ 13,5 bilhões. E é só o começo. Os especialistas afirmam que, ainda que a economia se recupere, o orçamento do governo sofrerá uma perda de no mínimo R$ 40 bilhões até o final do ano, podendo chegar a mais de R$ 60 bilhões.

Nenhum centavo a menos para a educação pública!
Diante desse cenário, o governo Lula começa a discutir cortes no orçamento. É o alerta vermelho para aqueles que defendem a educação pública. Afinal de contas, um governo que destina R$ 525 bilhões para pagamentos dos juros da dívida e apenas R$ 40 bilhões para a educação já demonstrou suas prioridades. O orçamento da educação já sofreu um duro golpe, com o corte de R$ 1 bilhão no início do ano. Agora, poderá ser alvo de novas restrições. As universidades e as escolas estaduais também devem sofrer com os cortes que, em São Paulo, podem chegar a 20%.

Neste momento de crise, o governo não pode cortar verbas da educação para financiar banqueiros e a economia americana por meio dos juros da dívida. Desde já a juventude e o movimento estudantil devem exigir: nenhum centavo a menos para a educação pública!

Nenhum aumento de mensalidades! estatização das universidades em crise já!
A crise também chegou às universidades privadas. As demissões combinadas com o aumento das mensalidades produziram um boom de 35% na inadimplência. Os tubarões de ensino, para manter seus lucros, decidiram que os estudantes e trabalhadores vão pagar pela crise.

As mensalidades estão aumentando em dezenas de universidades e trabalhadores estão sem receber salários. Esse cenário vem provocando greves e mobilizações em importantes universidades privadas. Para piorar, o governo Lula criou por meio do BNDES uma linha de crédito a juros baixos para os tubarões de ensino. Eles aumentam mensalidades e ainda ganham dinheiro do governo. Assim não dá!

Por isso, exigimos do governo uma medida provisória proibindo o aumento de mensalidades. Em vez de financiar as universidades privadas, Lula tem que estatizar as que estão em crise, sem indenização para os tubarões do ensino.

Nenhum direito a menos para a juventude! Não à restrição da meia-entrada!
O Senado aprovou um projeto de lei que prevê a restrição do benefício da meia-entrada a apenas 40% dos bilhetes oferecidos. A meia-entrada é uma conquista histórica dos estudantes e é fundamental na garantia do acesso à cultura e ao lazer para milhões de jovens.

Os empresários do entretenimento querem, junto com o Congresso Nacional, que a juventude pague pela crise, acabando com esse direito histórico. A UNE e a UBES negociam com esses senhores tentando restabelecer o monopólio das carteirinhas, o que será o fim desse direito para milhares de estudantes que não podem pagar pelas carteiras.

Por isso, entidades de todo o país estão organizando uma campanha nacional com um abaixo-assinado contra o monopólio da UNE e UBES e exigindo do presidente Lula que vete a restrição à meia-entrada. Derrotar a restrição a esse benefício é uma tarefa de toda a juventude.

Nenhuma demissão! A Embraer é nossa! Reestatização já!
Milhões de trabalhadores perderam seus empregos. A maior parte deles jovens. Trabalhando como terceirizados, estagiários ou bolsistas, a juventude trabalhadora vem pagando caro pela crise.

As demissões na Embraer se tornaram um símbolo da crise. A empresa tinha uma importância estratégica para a soberania nacional devido à tecnologia que produzia. Sua privatização significou não apenas a entrega de um patrimônio, mas também um ataque à soberania. Hoje a Embraer demite milhares para manter a remessa de lucros para o exterior.

A luta contra as demissões na Embraer e por sua reestatização é um símbolo nacional da luta contra a crise. A juventude deve se unir aos operários da Embraer e de todo o Brasil nessa campanha.

Por isso, no dia 30 de março, a Conlutas e outras organizações irão realizar um grande ato nacional contra as demissões e a crise em todos os estados. A juventude deve se unir à classe operária e ocupar as ruas levantando nossas bandeiras de luta!

Por um congresso dos estudantes que organize a luta contra a crise
Em tempos de crise econômica e com tantos ataques, é urgente e necessária a construção de um espaço democrático e livre da juventude para organizar a resistência à crise. Atrelada ao governo, infelizmente a UNE não pode impulsionar esse espaço. Por isso, centenas de entidades estudantis já estão convocando um congresso nacional dos estudantes livre e democrático para avançar na luta contra a crise.

Construir esse congresso e indicar a construção de um novo instrumento nacional de lutas para a juventude são as tarefas fundamentais para materializar a resistência da juventude à crise.

Post author Emiliano Soto , da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU
Publication Date