É preciso ver além das espumas de auto-elogios do governo por ter recebido o “grau de investimento” do capital internacional. Apesar de a economia no Brasil ainda estar crescendo, existem sinais extremamente graves da crise internacional que se aproxima. Os fatos são dramáticos: os governos imperialistas dão bilhões de dólares para evitar a falência dos bancos, enquanto a fome se espalha rapidamente com o aumento do preço dos alimentos.

No Brasil, o “grau de investimento” só mostra a alegria das multinacionais e dos bancos com o governo Lula. Não existe a mesma alegria para os trabalhadores mais explorados, que já não podem comer o feijão com arroz por causa do aumento dos preços. A vida fica ainda mais amarga com as doenças profissionais e acidentes de trabalho, que se generalizam devido ao ritmo de trabalho brutal que está sendo imposto pelos patrões nas empresas.

A crise vai chegando ao Brasil, mesmo que as pessoas ainda estejam iludidas com o crescimento atual. É necessário apontar um caminho de lutas para enfrentá-la, e a construção de uma nova direção para essas lutas.

É preciso lutar por aumento dos salários, assim como exigir o congelamento dos preços dos alimentos. A greve dos operários da construção civil de Fortaleza é um exemplo a ser seguido por outras categorias.

É necessário defender a redução da jornada de trabalho sem redução dos salários e direitos, sem banco de horas. A mobilização dos metalúrgicos da GM de São José dos Campos é uma referência importante para todos que queiram seguir esse caminho. Enquanto a CUT e a Força Sindical defendem a redução da jornada para negociar a aplicação do banco de horas, os metalúrgicos da GM rejeitaram essa proposta que a multinacional queria impor.

Os estudantes universitários retomaram sua luta neste ano com a ocupação vitoriosa da UnB, e apontaram a necessidade de continuar a luta contra o Reuni. Agora, no mês de maio, estão fazendo um plebiscito nacional contra o Reuni.

Para encaminhar estas lutas em todo o país, é indispensável uma direção unificada. Os sindicatos dos operários da construção civil e os metalúrgicos da GM de S. José são parte da construção da Conlutas, como alternativa ao peleguismo da CUT e da Força Sindical. Os estudantes que estão encaminhando o plebiscito contra o Reuni estão se propondo a construir uma nova entidade estudantil, como alternativa à UNE chapa branca. Muitos ativistas estão envolvidos em eleições sindicais em todo o país, com o objetivo de derrotar as direções governistas da CUT.

Todo o movimento sindical, estudantil, popular de luta está convocado ao Congresso da Conlutas, que será realizado no início de maio em Betim, Minas Gerais. Estarão presentes os ativistas que estão envolvidos nas principais lutas dos trabalhadores e estudantes de todo o país. A crise econômica que se anuncia torna ainda mais importante a construção de uma direção alternativa para as lutas dos trabalhadores.

Nesse momento, estão sendo realizadas assembléias em todos os estados para eleição dos delegados para o congresso. Você, que está lutando, integre-se na construção do Congresso da Conlutas. Traga sua entidade para discutir as teses e eleger os delegados.

Post author Editorial do Opinião Socialista Nº 337
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