No Dia Internacional de Luta da Mulher, trabalhadoras e trabalhadores, estudantes e militantes sociais saíram às ruas para pedir o fim da opressão e da exploração. Em contraponto às organizações feministas governistas, a Conlutas realizou, junto com entidades e organizações de esquerda, um ato em São Paulo que reuniu centenas de pessoas. Também aconteceram atos no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Maceió, Brasília e Maringá.

Em São Paulo, o ato organizado pela Conlutas reuniu mais de 700 pessoas. Legalização do aborto, violência, trabalho doméstico, salários baixos e retirada de direitos foram alguns dos temas levantados.

Enquanto as mulheres da Marcha Mundial de Mulheres (MMM) se recusaram a combater os ataques do governo à aposentadoria, aos direitos trabalhistas, ao direito ao aborto, entre outras coisas, as mulheres da Conlutas resolveram ir à luta até as últimas conseqüências para combater o machismo e a exploração.

Janaína Rodrigues, da Conlutas, disse que o ato da MMM “não é conseqüente porque omite a culpa do governo Lula”. Janaína também fez um chamado aos homens trabalhadores a lutarem ao lado das mulheres contra a exploração. Representando o PSTU, Carol Rodrigues falou que “o verdadeiro socialista é aquele que luta pelo feminismo”.

Internacionalismo
Cecília Toledo, da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI), fez uma saudação às mulheres do mundo inteiro. Ela destacou os ataques do imperialismo no Oriente Médio e a superexploração na América Latina. “A luta da mulher é internacional, a nossa emancipação só virá com o fim da exploração”, declarou. Para ela, o ato foi “um recado ao Lula, ao imperialismo e a Bush de que não aceitamos a opressão e a exploração”.

A manifestação teve ainda esquetes teatrais e culminou com a Festa das Bruxas. O tema homenageou as mulheres mortas, violentadas e perseguidas pela Inquisição, e as que sofrem a exploração e opressão capitalistas de hoje.

Unidade para construir uma alternativa
Foi a primeira vez, em São Paulo, que se construiu um ato no Dia Internacional de Luta da Mulher separado da Marcha Mundial de Mulheres. Segundo dados da Polícia Militar, o ato da MMM reuniu 800 pessoas. A organização, no entanto, estima que participaram 5 mil.

O ato classista mostrou que é possível construir uma alternativa para as mulheres trabalhadoras, independente do governo e das políticas assistencialistas. A participação de centenas de pessoas e sua disposição provaram que a luta contra a opressão passa pela luta contra a exploração de toda a classe trabalhadora.

Participaram diversos movimentos feministas (Vozes contra a Violência, Movimento de Mães sem Creche, entre outros), sindicatos, entidades estudantis, movimentos populares (como a ocupação Pinheirinho de São José dos Campos), a Conlute, o PSTU, setores do PSOL e a Liga Estratégia Revolucionária.

Rio de Janeiro (RJ)
No Rio de Janeiro (RJ), o Dia Internacional de Luta da Mulher foi comemorado na sexta-feira. Diversos setores do movimento de mulheres se uniram para defender a descriminalização e a legalização do aborto. Apesar de a atividade ter tido inclusive correntes governistas na sua organização, a maioria das entidades interveio exigindo de Lula a legalização do aborto, maior autonomia para as mulheres e, também, denunciando o caráter traidor e opressor do governo.

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