No próximo dia 6 de agosto, ocorre um dia nacional de mobilização contra o PL 4330, projeto apresentado pelo deputado Sandro Mabel (PR/GO) que abre caminho para ampliar a terceirização, em larga escala, em todos os setores da classe trabalhadora. A data é parte das resoluções da última reunião entre as Centrais, que definiu o dia 30 de agosto como um Dia Nacional de Paralisações.
A data chama a atenção para o avanço das terceirizações. Essa forma de trabalho é seguida pela precarização cada vez maior das relações de trabalho e expressa o acirramento da competição entre as grandes multinacionais, num período de crise do capitalismo. O objetivo das empresas é flexibilizar direitos e “aumentar a competitividade” de seus produtos pagando salários rebaixados.  
No Brasil, a terceirização avançou com a onda neoliberal dos anos 1990. Apenas no estado de São Paulo, os terceirizados somavam 110,9 mil, em 1995. Em 2010, chegaram a 700 mil, segundo o Sindicato dos Empregados em Prestadoras de Serviço do Estado.
Atualmente, a terceirização avança a passos largos nas montadoras. O avanço só ocorreu, sobretudo, em razão da colaboração dos sindicatos pelegos com a patronal. Um exemplo foi o ABC paulista onde sucessivas traições da CUT permitiram que a patronal contratasse cada vez mais trabalhadores terceirizados (veja reportagem ao lado). Com a crise econômica no horizonte, mais terceirizações poderão vir.
Contudo, as terceirizações não são uma exclusividade da iniciativa privada. A Petrobras é exemplo do avanço da precarização no setor estatal. Dos 409 mil trabalhadores da empresa, apenas 81 mil são fixos. Os demais 328 mil pertencem às centenas de prestadoras de serviço contratadas pela petroleira, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Entre 2002 a 2011, o número de terceirizados na Petrobras cresceu 171%. Ou seja, o avanço que se deu durante o governo de FHC foi ampliado pelos governos do PT.
O avanço da terceirização ameaça o conjunto dos trabalhadores. A precarização pressiona, para baixo, os salários dos “não terceirizados” e serve como uma chantagem para que trabalhadores abram mão de direitos.
O dia 6 de agosto é um passo muito importante na luta contra o avanço das terceirizações. Mas alertamos: a CUT, que nunca defendeu para valer os terceirizados, em alguns estados, vai tentar usar o protesto do dia 6 para esvaziar as mobilizações de 30 de agosto, Dia Nacional de Paralisação. O objetivo da Central governista é preservar o governo Dilma, por isso apostam na divisão dos trabalhadores. Somente a unidade de todos os trabalhadores, dos terceirizados e não terceirizados poderá barrar a PL 4330 e conquistar outras reivindicações. Essa unidade pode se concretizar nas paralisações do dia 30 de agosto.   
 

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