PSOL, MST e dirigentes políticos e sindicais estiveram presentes no atoAproximadamente 350 pessoas participaram em Belém do ato de lançamento da pré-candidatura de Zé Maria à Presidência da República.

O Ato aconteceu no Clube Monte Líbano e contou com a presença de dirigentes de dezenas de sindicatos e oposições sindicais, além das entidades do movimento estudantil, popular e camponês.

Os trabalhadores da construção civil se fizeram presentes com uma coluna de quase 100 operários, grande parte está em luta contra a Construtora Del Rey, que esteve atrasando os salários e tentando descumprir o acordo salarial decorrente da última greve da categoria.

As correntes político-partidárias também compareceram. O representante do PCB saudou a iniciativa do PSTU, afirmando que sua organização debate duas possibilidades: candidatura própria ou reedição da frente de esquerda com PSTU e PSOL.
Ulisses Manaças, coordenador estadual do MST, além de reivindicar a luta pela reforma agrária e repudiar a repressão do latifúndio e do governo petista de Ana Júlia, reconheceu a importância do ato e afirmou que “nos 25 anos do MST, em que pese as nossas diferenças, sempre tivemos claro o rumo socialista e nunca nos faltou a solidariedade do PSTU”, concluiu. Os participantes lhe agradeceram cantando a palavra de ordem de “só sai reforma agrária com a aliança camponesa e operária”.
Outros camponeses estiveram presentes. Foi o caso de Louro, simpatizante do PSTU e dirigente do assentamento Benedito Alves Bandeira. Os trabalhadores sem-teto foram representados por Silvinho, dirigente do MTST, que reivindicou a luta pela reforma urbana.

Dentre as correntes do PSOL, Zé Reis (Nascente Socialista) e Raimundo do Carmo (ARS) saudaram a iniciativa do PSTU reivindicando a luta pelo socialismo e a construção de uma frente socialista nas próximas eleições, o que significa desenvolve uma batalha interna ao PSOL, inclusive contra sua direção que negocia o apoio à Marina Silva, do PV.

Falando em nome da direção estadual do PSOL no Pará, a ex-vereadora de Belém Marinor Brito (APS), agradeceu e reconheceu a importância da militância do PSTU nas lutas e na frente de esquerda, que nas últimas eleições municipais a lançou candidata à prefeita da capital paraense, tendo o representante do PSTU como candidato a vice-prefeito. Em sua intervenção, ela afirmou que não tem autonomia para tomar decisão em nome da direção do partido, mas “quero dizer que estamos trabalhando para que no próximo período estejamos juntos com uma frente e um programa socialista e revolucionário”, concluiu. Sua fala foi encerrada com os presentes cantando “frente classista eu quero ver, trabalhadores no poder”.

Diversos dirigentes regionais do PSTU falaram das lutas no Brasil e no Pará e da necessidade de construirmos uma candidatura classista e socialista nas próximas eleições.

A fala de Zé Maria, pré-candidato do PSTU, expôs que diante da crise econômica é necessário e possível apresentar outro programa, mas que rompa com a lógica do lucro e tenha o socialismo como norte. No Brasil isso significa construir “um projeto de classe, que responda à classe trabalhadora. É preciso uma alternativa que combata à alternativa oferecida por Lula e pelo PSDB”, disse.

O pré-candidato do PSTU afirmou que a candidatura de Marina Silva, é uma “falsa alternativa de esquerda”, pois ela esteve presente no governo Lula durante todos os grandes ataques que esse governo fez contra os trabalhadores e também contra o meio ambiente, como foi o caso do aumento da devastação da Amazônia e da transposição do rio São Francisco. “Marina Silva significa mais do mesmo, a ecologia defendida por ela é a mesma defendida pelos capitalistas”, disse o dirigente do PSTU.

Zé Maria finalizou afirmando que sua pré-candidatura poderá ser retirada se a direção do PSOL abandonar a negociação em torno de Marina Silva e optar por construir a frente socialista com o PSTU e PCB, mas, caso isso não ocorra, “o PSTU lançará sua candidatura a Presidente”. Além disso, “a tarefa de construir uma alternativa para a classe trabalhadora é de todos, não só do PSTU. Precisamos estar unidos nisso”, concluiu.

Ao final, todos entoaram esta palavra de ordem: “Frente Classista, eu quero ver/Trabalhadores no poder” e partiram para a celebração numa festa animada.