Mesa da solenidade

No dia 30 de junho, ocorreu no Memorial da Resistência o “Sábado Resistente” que abordou o tema “Os 35 anos da prisão dos militantes da ex-Convergência Socialista”.

Estiveram presentes à mesa, Bernardo Cerdeira – Jornalista, Editor da revista Versus Especial, preso em 1977 e dirigente da ex-Convergêcia Socialista; Maria Salay – Operaria metalúrgica do ABC, dirigente das greves de 1977, militante da ex-Convergência Socialista; Álvaro Bianchi – Diretor do Arquivo Edgard Leuenroth e professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Américo Gomes, operário metalúrgico em São Paulo, no inicio da década de 80, advogado, Coordenador da Comissão de Presos e Perseguidos Políticos da ex-Convergência Socialista. A mediação do debate ficou a cargo de Ivan Seixas (Presidente do Núcleo de Preservação da Memória Política).

O evento foi realizado no Memorial da Resistência de São Paulo, promovido pelo Núcleo de Preservação da Memória Política. Um espaço de discussão entre militantes das causas libertárias, de ontem e de hoje, pesquisadores, estudantes e todos os interessados no debate sobre as lutas contra a repressão, em especial à resistência ao regime civil-militar implantado com o golpe de Estado de 1964, como explanou Ivan Seixas.

Contou com a presença também de Rafael Martinelli do Fórum dos Ex-Presos Políticos e a historiadora, coordenadora do site Observatório das Violências Policiais de São Paulo, da PUC/SP, e Ângela Mendes de Almeida, ex-companheira do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, assassinado no DOI-CODI em 1971, uma das autoras da ação por danos morais na área cível contra o coronel Carlos Brilhante Ustra, ganha recentemente em primeira instância, que defendeu a revogação ou reinterpretação da Lei da Anistia.

O Memorial da Resistência de São Paulo fica no Largo General Osório, 66 – Luz, antigo prédio do DOPS. Os eventos são realizados com o apoio da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT).

A atividade recordou que os militantes da ex-Convergência Socialista lutavam principalmente junto ao movimento operário pela derrubada da ditadura militar e pela legalização de um partido socialista de trabalhadores que representasse e defendesse os interesses da classe operária. E por isso foram presos e alguns de seus militantes torturados, além de perseguidos e demitidos de seus empregos.

Além de tomarem o tema da repressão na época da ditadura, os palestrantes também abordaram o tema dos processos que apresentaram junto à Comissão de Anistia solicitando a Anistia Política para seus militantes, e a participação do PSTU nas Comissões de Verdade, tanto nacional como estadual.

O partido tem como objetivo se somar à campanha que exige punição exemplar aos agentes de Estado que torturaram, seqüestraram, mataram e estupraram em nome da repressão feita pela ditadura instalada em 1964. Mas não somente a eles, mas também aqueles que os financiaram, como as grandes empresas nacionais e multinacionais que patrocinaram o golpe e os aparatos de repressão.

Um outro tema que será abordado pelos militantes do PSTU será o desenvolvimento da Operação Condor, onde governos do Cone Sul (Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina) agiram, juntamente com o governo dos Estados Unidos, para reprimir as organização de esquerda que lutavam contra a ditadura. Principalmente por que muitos militantes da Liga Internacional dos Trabalhadores, como seu fundador Nahuel Moreno, foi preso e exilado por causa desta repressão.

As responsabilidades pelos crimes que o Estado cometeu na região devem ser investigadas e os seus agentes punidos.