No Brasil, a cada 15 segundos, uma mulher é agredida
Diego Cruz

Este domingo, 25 de novembro, foi o dia internacional de luta contra a violência sofrida pelas mulheres. Definida no Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, ocorrido em Bogotá, Colômbia, em 1981, a data é uma homenagem em homenagem às irmãs Mirabal.

As irmãs Mirabal – Patria, Minerva e Maria Teresa – ficaram conhecidas como “Lãs Mariposas”. Em 25 de novembro de 1960, as três voltavam de Puerto Plata, onde seus maridos estavam presos. Na estrada, foram detidas e assassinadas por agentes do Serviço de Inteligência Militar do governo ditador de Rafael Leônidas Trujillo. O governo forjou um acidente. O episódio gerou uma comoção nacional e mundial, facilitando a queda de Trujillo.

As irmãs Mirabal eram ativistas políticas e, por isso, já haviam sido presas diversas vezes. “Mariposa” era o pseudônimo de Minerva em sua atuação clandestina.

Em São Paulo, ato disse não à violência
Na praça de Sé, na capital paulista, um ato com cerca de 150 pessoas rechaçou a violência contra a mulher no sábado, dia 24. A atividade foi organizada, principalmente, pela Conlutas e pelo Sindicato dos Gráficos. O PSTU participou com faixas e bandeiras contra a violência.

Janaína Rodrigues, da Conlutas, disse que “para os problemas das mulheres, é preciso uma solução classista”. Ela polemizou com setores do movimento de mulheres que defendem a Lei Maria da Penha, sancionada pelo governo Lula. Para Janaína, “não contempla e não responde aos problemas das agressões, pois não há pleno emprego, não há casas abrigo, nem condições mínimas de vida digna para as mulheres”.

Ela explicou, ainda, que o número de denúncias reduziu após a instituição da lei, mas o número de agressões segue aumentando. Isso ocorre porque, como a maioria dos casos ocorre dentro dos lares, as mulheres sentem medo de denunciar seus agressores e sofrer represália.

Roberta, conselheira da Apeoesp – sindicato que representa os professores da rede estadual de ensino de São Paulo, falou sobre as reformas neoliberais do governo Lula. Ela chamou “as mulheres a repudiar todas as reformas neoliberais do governo Lula”. Roberta explicou, entre outras coisas, que a reforma da Previdência vai atacar principalmente as mulheres, ao aumentar a idade mínima de aposentadoria, igualando à dos homens e desconsiderando a dupla jornada feminina.

Representando o PSTU, Carol Rodrigues alertou para a necessidade de “combater a violência até as últimas conseqüências”. Referindo-se à Lei Maria da Penha, “disse que não será com um canetaço que se acabará com a violência”. “É preciso garantir condições dignas para as mulheres viverem”, afirmou. Ela falou, também, sobre a importância da unidade da classe trabalhadora para lutar contra o machismo, tendo certeza de quem são os inimigos – Lula, Serra, patrões – e de quem são os aliados – os trabalhadores. Carol encerrou puxando a palavra-de-ordem “Mulheres na rua contra a opressão / abaixo o machismo e a exploração”.