Viva o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha

O 25 de julho é uma data importante para a luta da classe trabalhadora em conjunto, essa é uma data que internacionaliza a luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, o racismo e a exploração de classe. As mulheres representam hoje 51,1% da força de trabalho mundial. Na América Latina esse número aumenta, compõe 53,8% da força de trabalho. 70% dos pobres do mundo são mulheres.

No momento que toda a classe trabalhadora sofre os ataques e retiradas de direitos pelo governo Dilma, temos que dizer que as mulheres são as que mais sofrem com esses ataques. E por quê? Porque com as MP’s 664 e 665 que afetará os beneficiados pela pensão por morte, 86,8% são mulheres; em relação aos beneficiados com o seguro-desemprego, elas são cerca de 35%. A implantação da PL 4330 vem para aumentar ainda mais esse índice, pois são as mulheres negras as mais afetadas, elas são as maiores vítimas das terceirizações e do mercado informal, estão entre os maiores índices de desemprego, informalidade e rotatividade de serviço. Além disso, no ranking do desemprego as mulheres também são a maioria.

A combinação entre machismo e exploração faz das mulheres as principais dependentes das políticas públicas. O estudo do IPEA, “Dossiê Mulheres Negras”, revelou que as mulheres negras são a maior população que trabalha sem carteira assinada, portanto, com menos direitos, menores salários e menor possibilidade de organização sindical. O maior exemplo disso é a PEC das domésticas, pois enquanto o governo ataca direitos trabalhistas já conquistados, as empregadas domésticas sequer chegaram a ter esses direitos garantidos.

Após séculos de exploração, ainda há de forma intensa a erotização e apropriação do corpo da mulher negra, ou seja, machismo, que é combinado com a violência contra a mulher, refletindo dados assustadores e crescentes. No Brasil, a cada 12 segundos uma mulher é estuprada. Mesmo reconhecendo o alto índice, o Governo Dilma investiu apenas o equivalente a R$ 0,26 para cada mulher.

Fortalecer o 25 de julho é dar visibilidade à luta e resistência, é contribuir na luta histórica das mulheres negras, é fortalecer a luta da classe trabalhadora que tem cor e tem gênero. Mulheres negras em marcha por nenhum direito a menos, rumo à Greve Geral! Basta de racismo! Basta de machismo! Basta de exploração!