Candidatura de Vera é um exemplo para a esquerda socialista

Vera, do PSTU, ficou em terceiro lugar com 6,68% dos votosEm Aracaju, 20.241 pessoas afirmaram nas urnas que queriam Vera como prefeita. Isso corresponde a 6,68% do eleitorado, o melhor resultado da história do partido em eleições para o executivo municipal.

Infelizmente, João Alves (DEM) foi eleito com 52,72% dos votos. A velha oligarquia foi ressuscitada, devido ao fracasso estrondoso do governo do PT e do PCdoB. Valadares Filho (PSB) ficou em segundo lugar com 37,62%. Em quarto, ficou Reynaldo Nunes (PV) com 2,98%. Almeida Lima (PPS) retirou sua candidatura dois antes da eleição.

“Enfrentamos 4 candidaturas com orçamentos acima de 1 milhão de reais e fizemos uma campanha baseada unicamente na militância, no trabalho voluntário e na capacidade de arrecadação financeira dos próprios trabalhadores. Em um programa de TV de 2 minutos e 7 segundos, fomos capazes de apresentar propostas, ao mesmo tempo em que responsabilizamos os atuais e passados governantes pela difícil situação em que se encontram os trabalhadores”, afirmou Vera.

Cai a máscara do PT/PC do B
O que explica esse importante resultado eleitoral é uma mudança da consciência dos trabalhadores aracajuanos, que se sentiram traídos pelos governos do PT e do PCdoB.

Para se ‘vingar’ do PT-PCdoB, as pessoas acabaram votando no empresário da construção civil e ex-prefeito nomeado pela ditadura, João Alves. Além disso, uma parte importante da burguesia refez seus cálculos e decidiu que o melhor mesmo é ter um deles no poder.

A votação de Vera é a resposta de um expressivo número de trabalhadores, desempregados, donas de casas e estudantes que moram nos bairros mais pobres de nossa cidade, como o Santa Maria e Santos Dumont, que não se deixaram enganar pela falsa polarização DEM-PSDB e PSB-PT. É também expressão das lutas de importantes categorias como professores, servidores públicos federais e trabalhadores da saúde.

Um exemplo de campanha
A eleição em Aracaju é um exemplo para a esquerda socialista. Comprovou que é possível dialogar com uma ampla parcela da população sem rebaixar o programa, sem fazer alianças com setores burgueses e sem receber dinheiro de empresários. Mais que é isso, é possível unir a esquerda construindo acordos que respeitem o peso político de cada organização, debatendo com o conjunto da militância e apoiadores de campanha de forma democrática desde o tempo de TV e rádio ao eixo programático da campanha, discutindo as divergências políticas de forma fraterna.

Foi uma campanha vitoriosa, animada e que demarca um campo importante para esquerda socialista na capital sergipana. “Nossa vitória consiste em que despontamos como uma força política real em Aracaju. Os partidos de esquerda se uniram para mostrar que há sim pessoas que não se rendem e não se vendem; que os trabalhadores podem sim se organizar em torno de um programa que atenda às suas necessidades e que tal programa pode sim ter apoio popular. A partir de agora, os governantes de plantão e todos os partidos políticos terão que contar com esse fato”, concluiu Vera.