Foto: Alexandre Carvalho/A2img
PSTU-SP

Marina Cintra e Marina Peres

Durante a campanha eleitoral, o prefeito playboy de São Paulo, João Doria (PSDB), prometeu que não iria aumentar a passagem de ônibus, mas logo no começo de 2018, em parceria com Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou mais um aumento para absurdos 4 reais nas tarifas dos ônibus, metrôs e trens!

Se não bastasse isso, no último edital do sistema de transporte coletivo da cidade a gestão do prefeito pretende extinguir 149 linhas e cortar outras 134, sendo que só no ano passado foram alteradas 80 linhas. O prefeito também vai reduzir o número de coletivos, supostamente com o objetivo de inserir ônibus maiores no sistema. O argumento do prefeito é que vai colocar WIFI, cabo USB nos ônibus, ar condicionado, etc. O transporte de qualidade é um direito! Queremos novos ônibus sem redução da frota, que já é insuficiente, sem cortes nas linhas, e sem esse absurdo aumento na tarifa.

Quem são os principais afetados com essas mudanças?
Cada vez mais, a vida dos trabalhadores fica ainda mais difícil. Em São Paulo, na maioria das vezes, pegamos mais de um transporte para ir ao trabalho. Dessa forma, o aumento da passagem conta muito no bolso do trabalhador. Pra quem paga as contas com o salário mínimo, que nesse começo de ano teve o menor aumento em mais de 20 anos, ou pra quem enfrenta o desemprego que hoje atinge milhões de brasileiros, essa tarifa é impossível!

Em 2017, João Doria também reduziu o passe livre estudantil, e agora quer aumentar a burocracia pra dificultar o acesso a ele. Somando o aumento da passagem com o corte no passe-livre, a juventude da periferia tem cada vez menos o direito à cidade, ao lazer. É retirado cada vez mais o direito de ir e vir. Com os cortes nas linhas de ônibus, muitos trabalhadores do setor dos transportes também ficarão desempregados, e a qualidade do sistema de transporte cada vez pior.

Toda essa política de aumentos e cortes é boa para os grandes empresários da máfia dos transportes, que lucram diretamente com o aumento das passagens, colocando o peso da crise econômica nas costas dos trabalhadores.

Qual é a saída?
O transporte público não é visto como um direito da população, mas sim como uma forma de lucro para as grandes empresas. Para conseguir cada vez mais lucros, tem-se a precarização dos serviços, aumento das tarifas e rebaixamento das condições de trabalhos dos funcionários, que vão piorar ainda mais com a aplicação da reforma trabalhista. As empresas ainda contam com o subsídio dos governos, transformando cada vez mais o transporte em lucro, sem nenhuma preocupação com o sufoco que passam os trabalhadores.

É para atender interesses de empresários, por exemplo, que Alckmin quer avançar na privatização das linhas do metrô, a começar pela linha Lilás. A empresa concessionária da Linha Amarela, a única linha que atualmente é privatizada, há anos atrasa as estações que deveria construir, fecha estações aos domingos e continua recebendo do governo dinheiro que deveria servir para melhorar o transporte e reduzir a tarifa!

Para nós do PSTU, transporte público não é mercadoria, é um direito da população. Por isso, a saída para o transporte público é através da estatização, sem nenhuma indenização para as empresas, de todo o sistema de transporte. Queremos reverter tudo o que iria de lucro para as empresas para a melhoria dos serviços e das condições para os trabalhadores do transporte. Além disso, quem deveria controlar o sistema de transporte deveriam ser esses mesmos trabalhadores, que são quem melhor conhece o sistema, com auxílio da própria população, que é quem utiliza os ônibus, trens e metrôs todos os dias e sabe o que é necessário para melhorar.  Achamos necessário mais investimento do Estado no transporte, o que serviria para acabar com o caos que é atualmente. Por fim, poderíamos chegar à tarifa zero se os recursos que hoje são utilizados para pagar os subsídios às grandes empresas fossem usados para reduzir a tarifa para a população que paga o transporte todo dia!

Para isso, é necessária uma luta de toda a população junto com os trabalhadores dos transportes para a redução imediata da tarifa, por mais investimento em transporte e pela estatização!

Dória ataca também outros serviços públicos!
Não bastasse o aumento das passagens, desde o ano passado a política do playboy João Dória é de cortes em diversos serviços públicos.  Em 2017 houve o congelamento da verba para a cultura, e agora em 2018 o governo já anunciou que quer reduzir o orçamento em 16%. Houve também corte do leite e das peruas das crianças nas escolas municipais e o fim do atendimento em período integral de escolas no ensino infantil – de 4 a 5 anos –, como aconteceu na Diretoria Regional de Ensino (DRE) do Ipiranga. No serviço de assistência social, também foram centenas de trabalhadores demitidos e vários serviços fechados. Tudo isso sem falar no escândalo da ração que o prefeito queria distribuir como alimento.

Isso traz para nós algumas lições. Primeiro, que o prefeito de São Paulo não passa de um marketeiro. Durante a campanha eleitoral, dizia que não era político e sim trabalhador como todos nós, mas isso não passa de uma grande mentira. Dória é um empresário, nunca trabalhou na vida e não tem ideia de como é realmente o cotidiano do povo. Ele está aliado a Geraldo Alckmin e a Temer (PMDB) para aplicar os cortes e a retirada de direito dos trabalhadores. Segundo, que as eleições só servem pra gente escolher quem vai explorar a gente nos anos seguintes. Não mudam em nada nossa vida e não resolvem nossos problemas! Os grandes candidatos e partidos são financiados pelas grandes empresas, ou seja, quando eles ganham a eleição, estão comprometidos com favorecer os donos dessas mesmas empresas. As empresas que lucram com o aumento da tarifa, por exemplo, são as mesmas que financiaram as propagandas enganosas de João Dória. Por isso, achamos que essa democracia dos ricos não serve para as reais necessidades dos trabalhadores.

Todos às ruas contra o aumento da tarifa!
Por isso, nossa tarefa agora é juntar toda nossas forças e ir para a rua contra o aumento da tarifa. Organizar-nos nos nossos bairros, sindicatos, organizações de estudantes, movimentos, etc.  Somos muito mais fortes que um bando de governante corrupto e empresários!

Não ao aumento da tarifa! 4 reais é roubo!

Passe livre para estudantes e desempregados!

Redução da tarifa rumo à tarifa zero!

Estatização dos transportes públicos!

Não à privatização das linhas do metrô!

Fora Dória playboy! Fora Temer, Alckmin e todos inimigos dos trabalhadores!