Que venha 2016, com muitas lutas dos explorados e oprimidos pela sua libertação

Termina o ano de 2015 sem que se possa visualizar no horizonte político a superação das crises política e econômica que sacodem nosso país. Embaixo, o desemprego cresce, a inflação corrói os salários, e cresce também o caos nos serviços públicos devido à falta de investimento dos governos. Em cima, segue a briga entre governo Dilma e oposição liderada pelo PSDB/PMDB para ver quem governa o país. As últimas decisões do STF sobre o assunto do impeachment dão um certo folego para o governo do PT. De resto, é a briga do roto contra o rasgado. Os dois lados dessa briga são iguais, estão juntos na hora de atacar os direitos dos trabalhadores.
 
Os trabalhadores já sabem que não podem apoiar nenhum dos dois lados dessa briga. Por isso a classe trabalhadora, os operários, os setores mais pauperizados da população não participaram massivamente nem do ato convocado pelo PSDB para apoiar o impeachment nem das manifestações convocadas pelas organizações governistas para apoiar o governo.
 
Greve Geral
Os trabalhadores precisam é unir suas lutas. Unir o descontentamento contra as demissões, cortes de direitos, inflação que corrói o valor dos salários, unir o descontentamento que vemos na periferia das cidades com o caos que vive e a saúde pública, educação, transporte, a violência que massacra os jovens negros e pobres. Transformar isso numa grande greve geral que pare o Brasil. Um levante dos trabalhadores e do povo pobre que mude os rumos das coisas em nosso país.
 
Disposição para isso os trabalhadores têm. O que falta é vontade política das organizações que teriam condições de convocar uma greve assim. A CUT, a CTB, o MST, a UNE estão empenhadas na defesa do governo. Alardeavam que defendem o governo, mas não o ajuste fiscal e a política econômica. Dizem: “Isso era coisa do Levy, e não da Dilma”.
 
Agora, com a saída de Levy, o argumento virou pó… Primeiro, o próprio chefe da Casa Civil do governo tratou de esclarecer: o ajuste não é de Levy, é da Dilma e vai seguir. Depois o novo ministro anuncia como uma de suas primeiras medidas…mais uma reforma da Previdência! Mais claro que isso só se desenhar. Defender este governo é trair os interesses dos trabalhadores. Na verdade, ao fazê-lo, estas organizações se tornam cumplices do governo e da aplicação do ajuste fiscal e da política econômica que dizem criticar.
 
A CUT, a CTB, o MST, a UNE e demais organizações governistas precisam romper com o governo para lutar, de fato, contra o seu ajuste fiscal e sua política econômica. Precisam se unir à CSP-Conlutas e entidades do Espaço de Unidade de Ação para organizar uma greve geral no país.
 
MTST e PSOL: me engana que eu gosto?
A direção do PSOL e do MTST, na medida em que a crise se aprofunda, se aproximam cada vez mais do governismo. A última decisão destas organizações, de integrar-se à convocação da manifestação de 16 de dezembro em defesa da permanência do governo Dilma, foi só o último lance dessa aproximação.
 
Não tem como os companheiros seguirem se enganando (ou tentando enganar os outros) com essa conversa de “defesa do governo e luta contra o ajuste fiscal e a política econômica”. Depois do episódio da saída de Levy, o que mais é preciso para demonstrar que isso é uma falácia? Só se desenhar…
 
Não tem como lutar contra o ajuste fiscal sem lutar contra o governo. Não basta criticar o ajuste fiscal no discurso ou na faixa se a manifestação onde fazem isso é para defender o governo. Isso não isenta ninguém de responsabilidade sobre o que o governo faz, apenas mostra uma certa hipocrisia.
 
A direção do PSOL e do MTST estão localizando estas organizações na ala esquerda da defesa do governo que está massacrando os trabalhadores para defender os lucros dos bancos, das multinacionais e das grandes empresas. Para mudar esta situação, precisam romper suas alianças com o governismo.
Por isso, seguimos insistindo com os companheiros: rompam suas alianças com os setores governistas e venham construir com a CSP-Conlutas e as entidades do Espaço de Unidade de Ação uma frente para lutar contra o governo e a oposição burguesa.
 
Uma alternativa de classe e socialista para o Brasil
A necessidade que tem os trabalhadores hoje é de tomar as ruas e colocar para fora tanto o governo do PT que aí está, como a oposição burguesa, encabeçada por Aécio Neves, Temer e Cunha (esse já deveria estar preso e com mandato cassado). Tem de varrer toda essa corja desse Congresso Nacional corrupto. Se não temos uma alternativa para colocar no lugar agora, que pelo menos se convoque eleições gerais (de presidente a deputado) e assim o povo poderá trocar quem quiser.
 
Mas não podemos perder de vista que a alternativa que precisamos, para mudar de verdade o nosso país, é um governo da nossa classe. Um Governo Socialista dos Trabalhadores, que governe através de Conselhos Populares e apoiado nas lutas dos trabalhadores e do povo pobre. Só assim vamos poder acabar com o privilégio dos banqueiros, das multinacionais e grandes empresas que mandam em nosso país. Só assim a vida do povo vai mudar.
 
Esse é o desafio maior que têm os trabalhadores para o próximo período, e é nesse sentido que precisamos fortalecer a luta e a organização da nossa classe. Essa é a tarefa na qual o PSTU empenha todas as suas forças. É para dar conta desta tarefa junto conosco que chamamos todos os trabalhadores, trabalhadoras e jovens que querem transformar o Brasil e construir o socialismo. Que venha 2016, com muitas lutas dos explorados e oprimidos pela sua libertação!
 
 
 

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