Vamos às ruas Zumbiá!Neste 20 de novembro, completam-se 313 anos da morte de Zumbi dos Palmares, um dos principais líderes das rebeliões quilombolas. Assim como a de Zumbi, precisamos relembrar a luta de Dandara, Acotirene, Luiza Mahim, João Cândido, Solano Trindade, dos Panteras Negras, de Malcolm X, todos aqueles que lutaram contra a opressão sexual, racial, homofóbica e contra a exploração capitalista.

Quase 500 anos se passaram desde que os primeiros negros escravizados começaram a serem trazidos ao continente americano. Apesar de toda a luta do povo negro no Brasil, no Haiti e nos EUA contra o racismo e as políticas genocidas e de embranquecimento das elites desses países, hoje, em pleno século XXI, ainda temos muitas lutas a construir.

Por um novo movimento negro, classista e independente
Os ataques à população negra, agravados, agora, com a crise econômica, revelam que está na ordem do dia a luta contra a opressão e a exploração. Através da Conlutas, estamos dando os primeiros passos na construção de um novo movimento negro independente de governos, partidos, patrões, de oposição às políticas do governo Lula, e socialista, que leve de forma conseqüente as reivindicações históricas do povo negro.

Os negros e negras não vão pagar pela crise
A atual crise do capitalismo já chegou ao Brasil. O governo federal não consegue mais sustentar a estabilidade proporcionada pelo crescimento econômico e já prevê cortes no Orçamento de 2009. Lula, assim como outros chefes de Estado, quer jogar a crise sobre os trabalhadores para tentar salvar os grandes bancos e empresas endividadas. Políticas essenciais, como geração de empregos, saúde, educação e moradia, serão as primeiras a terem os orçamentos cortados. E os setores mais oprimidos da classe é que vão ser obrigados a pagar a fatura da crise.

Negros e negras são hoje a metade da população brasileira. Para estes, as conseqüências da crise serão ainda mais nefastas. Os negros são alvo número um da política racista do Estado, tanto através da política de extermínio nas periferias, como pela exclusão nos espaços da sociedade, sem acesso à educação e saúde, com desemprego e exploração.

As mulheres negras sofrem com uma dupla discriminação, sendo vítimas do racismo e do machismo. A realidade dessas mulheres ainda pode piorar.

Ao contrário dos que muitas pesquisas apontam, as desigualdades entre brancos e negros não diminuíram. Com o agravamento da crise, elas serão ainda mais acentuadas. Os negros e negras serão os primeiros a serem demitidos e a perderem direitos. Políticas reparatórias como as cotas raciais serão cortadas. Projetos para titularização das terras remanescentes de quilombos serão engavetados. Assim como o aparato repressor do Estado irá ampliar a política de extermínio contra a população negra.

Por isso, os negros precisam estar ao lado do conjunto dos trabalhadores, apresentando um programa para enfrentar essa crise e fazer com que os ricos paguem a conta.

Nenhuma demissão!
Nenhuma política de salvamento para os banqueiros e multinacionais!
Redução da jornada de trabalho para 36 horas, sem redução de direitos e salários!
Reajuste geral dos salários e aposentadorias de acordo com a inflação!
Congelamento do preço dos alimentos!
Não ao pagamento das dívidas interna e externa!
Por um plano de obras públicas que vise dar emprego e melhores condições de vida à população negra!
Igualdade salarial entre negros e brancos!
Estatização imediata das empresas que praticam racismo contra trabalhadores negros!
Cotas raciais nas universidades e no serviço público!

Post author Secretaria Nacional de Negros e Negras do PSTU
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