A insurgência no Iraque está longe de ser derrotada. Dias 19 e 20 de março, milhões de pessoas em todo o mundo vão às ruas contra a ocupação ianque. Aqui no Brasil, teremos atos em todas as principais cidades do país. Só com a derrota militar dos Estados As últimas semanas foram marcadas por ações dos soldados americanos no Iraque, que evidenciam um certo desespero das tropas de Bush. A clara tentativa de assassinato sofrida pela jornalista italiana Giuliana Sgrena (ver relato ao lado) demonstra a tentativa dos EUA de impedir a divulgação de informações sobre a real situação do Iraque.

Continuam a aparecer imagens que mostram inúmeros casos de tortura. O último vídeo divulgado flagra marines chutando iraquianos feridos. Uma cena estarrecedora mostra um soldado balançando o braço de um cadáver, dando um “tchau” para a câmera. Na última semana, a organização União de Liberdades Civis dos EUA divulgou um documento que comprova a tortura de crianças na prisão de Abu Ghraib. O documento traz transcrições de depoimentos de militares americanos sobre as torturas. O general responsável pela prisão, Janis Karpinski, afirmou que havia crianças na prisão com “quase doze anos”.

Resistência organizada
No dia 30 de janeiro, as forças de ocupação lideradas pelos EUA promoveram uma fraude histórica no Iraque. Bush e seu garoto de recados no velho continente, Tony Blair, impuseram as eleições com o objetivo de estabilizar a região, garantindo a perpetuação da dominação imperialista. Um mês e meio após a encenação, a resistência iraquiana está longe de ser derrotada, e isso pode explicar o nervosismo cada vez maior do imperialismo.

As últimas ações militares dos rebeldes iraquianos evidenciam um grau maior de organização e planejamento. Ataques cuidadosamente planejados atingem altas figuras do governo títere e pontos-chaves da infra-estrutura do país. Um oleoduto de Kirkut foi destruído pelos rebeldes no fim de fevereiro, prejudicando a rapina das multinacionais. No último dia 8 de março, o general Ghazi Mohammed, do Departamento de Imigração do Ministério do Interior, foi morto por guerrilheiros iraquianos. O mesmo fim teve o chefe de polícia do Iraque, Ahmad Ubaiss, morto dois dias depois.

No entanto, o que mais desgasta o exército americano é o apoio popular à resistência. Como atesta o relato de um soldado no país, publicado anonimamente no GI Special, jornal eletrônico que informa militares e seus familiares sobre a situação das tropas no Iraque, “a vantagem mais importante dos rebeldes iraquianos é o apoio popular”. “Quando um trabalhador ou um soldado da coalizão são seqüestrados e mortos, o povo iraquiano sente que se fez justiça”, informa o relato do soldado.

Pela vitória do povo iraquiano
Os dias 19 e 20 de março serão um marco do movimento contra a ocupação imperialista. Articulado durante o Fórum Social Mundial por organizações de diversas partes do mundo, a data unificará mobilizações de rua dos quatro continentes. Vamos ter atos nas principais cidades do Brasil.

A verdadeira paz só será conquistada pelo povo iraquiano com a derrota militar dos EUA. Por isso, o movimento antiguerra não pode se limitar a pedir “paz” no Iraque. A despeito de todas as divergências políticas que tenhamos com os diferentes grupos insurgentes que atuam no país, devemos apoiar incondicionalmente a guerra de libertação movida pela resistência. Nestes dias 19 e 20, vamos todos às ruas defender a vitória iraquiana e a derrota do exército de Bush.

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