Mobilização dos trabalhadores em Brasília no dia 24 de abril

Nosso país está sendo sacudido, nas últimas semanas, por grandes manifestações de rua. O povo está indo às ruas, juventude à frente, para cobrar dos nossos governantes solução para as mazelas que afligem a vida de todos: além do transporte, saúde, educação, moradia, inflação, violência policial, corrupção, desmandos dos políticos, entre muitas outras. A classe trabalhadora brasileira precisa ocupar o seu lugar nesta luta, entrar nela com todas as suas forças, de forma organizada, e em defesa de suas reivindicações. Somos parte das manifestações que estão nas ruas, apoiamos suas bandeiras. Precisamos com nossa ação, fortalecer esse processo de lutas e agregar às bandeiras das ruas, as reivindicações da nossa classe.  

O dia 11 de julho foi definido pelas centrais sindicais – além da CSP-Conlutas, a Força Sindical, CUT, CTB, UGT, NCST, CGTB, CSB – como um dia de greves, paralisações e manifestações de rua para cobrar do governo e dos patrões o atendimento de nossas reivindicações:  

– Reduzir o preço e melhorar a qualidade dos transportes coletivos; 
– Mais investimentos na saúde e educação pública;
– Fim do fator previdenciário e aumento das aposentadorias; 
– Redução da jornada de trabalho; 
– Fim dos leilões das reservas de petróleo;
– Contra o PL 4330, da terceirização;
–  Reforma Agrária   

Além destas bandeiras, definidas unitariamente, cada setor deve agregar outras, relacionadas à sua situação concreta. Tudo deve ser feito para fortalecer as possibilidades de mobilização da base para participar deste dia de greves e manifestações.  

De quem vamos cobrar o atendimento destas reivindicações?
Muitas das reivindicações dos setores que representamos serão cobradas dos patrões diretamente, nas campanhas salariais ou fora delas. No entanto, a maior parte dos problemas que afetam a classe trabalhadora foram causados pelas decisões dos governo e dependem de decisões do governo federal, e também dos governos estaduais e municipais, para serem solucionados.   É para cobrar destes governos, portanto, que faremos greves e manifestações no dia 11 de julho.

O governo Dilma tem demonstrado muita disposição quando se trata de atender aos interesses das grandes empresas e dos bancos. Pois queremos que atenda reivindicações dos trabalhadores.  Os dirigentes do Congresso Nacional estão dizendo que estão atentos à cobrança das ruas. Pois bem: queremos que seja colocado em votação a derrubada do veto à lei que acaba com o fator previdenciário; queremos que seja arquivado o PL 4330 (das terceirizações) e o PL 092 (que permite privatizar o serviço público).  

Enrolação, não!  
A presidenta Dilma tem dito que está ouvindo a cobrança dos manifestantes. Mas, ao invés de apresentar solução concreta para os problemas da saúde, da educação, da moradia, do transporte, aparece com uma proposta de Reforma política e de Plebiscito. Nós achamos que o sistema político brasileiro, dominado pela corrupção, precisa sim mudar, pois não representa o povo brasileiro. Mas nem por isso vamos aceitar que nos vendam gato por lebre, trazendo este assunto à tona desta forma, apenas para fugir de atender nossas demandas.

Se a solução é plebiscito, por que então não convocar um plebiscito para que o povo decida se o país deve ou não aplicar 10% do PIB na educação pública, já? Por que não perguntar no Plebiscito, o que o povo acha de o país destinar metade do orçamento federal ( 750 bilhões de reais no ano passado) para banqueiros e grandes especuladores, sob a forma de pagamento de uma dívida que ninguém sabe se existe? Por que não perguntar no Plebiscito se o povo é a favor de leiloar as reservas de petróleo que o país tem, para as empresas privadas estrangeiras? Agora, Plebiscito para que os mesmos políticos e partidos que sempre dominaram a política brasileira definam como é que vão continuar dominando, não tem nenhum sentido. Se fosse Plebiscito para mudar mesmo, porque então não perguntar se o povo é a favor, sim ou não, de que o salário de um deputado, senador, presidente da república, seja igual ao salário de um professor? Se o povo é a favor, sim ou não, da revogabilidade do mandato do político que não cumprir seus compromissos de campanha?

Só a luta vai garantir o atendimento de nossa reivindicações   Precisamos realizar um grande dia de protesto em todo o país no dia dia 11 de julho. Todos devem participar da luta, com greves, paralisações e manifestações de rua. Vamos cobrar dos governos e dos patrões o atendimento das reivindicações dos trabalhadores.