Nos próximos dias 22, 23 e 24 de março acontece em Paris, o Encontro Internacional Sindical, convocado por centrais como a CSP-Conlutas e o Solidaires- França. Realizado no continente que é o centro da crise e da resistência dos trabalhadores contra os efeitos da crise mundial, o Encontro pretende impulsionar a organização internacional do sindicalismo alternativo, compartilhando exemplos de luta e avançando em ações coordenadas. O Opinião Socialista conversou com Dirceu Travesso, o Didi, da direção da CSP-Conlutas e envolvido na organização do Encontro

Opinião Socialista – Depois da realização da Reunião Internacional em São Paulo, em maio do ano passado, qual é o propósito do Encontro Internacional marcado para os dias 22, 23 e 24 de Março, em Paris?
Dirceu Travesso – O objetivo é aprofundar a unidade para enfrentar os ataques do imperialismo, os planos de arrocho, privatizações, precarização dos serviços públicos e apropriação dos recursos naturais. Ataques esses que ganham uma dimensão que só a unidade internacional da classe trabalhadora pode enfrentar. Ao mesmo tempo, reconstruir um pólo sindical, classista, antiburocrático e antiimperialista. Também temos o objetivo de articular experiências e processos que acontecem na base e que se acentuam nas lutas que estão ocorrendo hoje na Europa, na Ásia, África, na própria Primavera Árabe do Norte da África. Então, a nossa tarefa é, de um lado, aprofundar a unidade, e de outro, promover o debate da articulação de um sindicalismo que não seja um sindicalismo patronal, conciliatório.

Hoje a Europa é tomada pela resistência dos trabalhadores contra os chamados “planos de austeridade” aplicados pelos governos.  Como isso vai se refletir no encontro?
Dirceu Travesso – O Encontro vai se realizar na Europa justamente para expressar o processo de mobilização e apontar algum tipo de plano de luta. Ainda não dá para saber o que será possível fechar, mas o último dia 23 de janeiro mostrou o que é possível fazer do ponto de vista de uma luta internacional. Conseguimos realizar uma mobilização que reuniu sete ou oito países em uma jornada internacional de luta contra o fechamento de plantas e ataques da GM. O fato de o encontro ser na Europa já é também para incorporar os elementos mais conscientes desse processo.

Como estão os preparativos no Brasil para o Encontro?
Dirceu Travesso – Estamos organizando as delegações e é possível que vá algo como 40 dirigentes, expressando distintos trabalhos desenvolvidos, hoje, pela CSP-Conlutas: metalúrgicos, petroleiros, construção civil, professores, servidores públicos, ou seja, toda a diversidade da central tanto em relações às categorias, como também em relação às regiões: representantes do Pará, Fortaleza, Rio de Janeiro… Ou seja, vamos refletir lá o nosso trabalho e as lutas que ocorrem hoje no país.
 

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